Reciclar é Preservar

Ficha Síntese da Prática Pedagógica

Objetivos da Prática Pedagógica:

  • Desafiar os alunos a observar e analisar fatos ou situações de maneira reflexiva e critica, reconhecendo tanto a necessidade quanto as oportunidades de atuar de modo propositivo para garantir um meio ambiente saudável.
  • Pensar a questão do lixo seco tanto na escola quanto em casa, nos espaços comunitários, enfim na sociedade
  • Importância de repensar o desperdício de materiais, de reduzir o consumo; e reciclar o lixo.

Característica do grupo a quem foi aplicada a prática:
Este é um grupo multi-seriado de alunos da EJA, inclui 11 de alfabetização e 17 de terceiro termo, é composto por 13 mulheres de idade que variam entre 28 a 62 anos, e por 15  homens na faixa etária entre 27 a 71 anos, de uma escola municipal na periferia de São Bernardo do Campo,   no Grande ABCD, cidade de São Paulo.

Dinâmica de trabalho adotada na prática pedagógica:
Sensibilização para conscientização de reutilização do lixo,
Discussão em grupo, Leitura pela professora do texto teórico, apresentação do filme e avaliação

Recursos necessários para aplicação:
Embalagens limpas para reutilização, lixeiras de coleta seletiva.
Texto – Nutrição “Introdução sobre como funcionam as cooperativas de catadores”, o filme Catadores de Papel, da coleção Caminhos e Parcerias – Transformação Social Urbana I (acervo educacional TV Cultura. www.responsabilidadecultural.com.br).

Breve currículo do autor da prática pedagógica:
Terezinha Peluchi – Pedagoga, pós-graduada em supervisão escolar e professora atuando na Secretaria de Educação – Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo e Secretaria Educação da Prefeitura de São Paulo.

DATA: 03/05/201
TÍTULO DA AULA: RECICLAR É PRESERVAR

DESENVOLVIMENTO

Iniciei realizando uma dinâmica de sensibilização para conscientização de reutilização do lixo: espalhei embalagens lavadas e secas por toda sala antes dos alunos entrarem. Quando subiram se assustaram ao ver tudo pelo chão jogado. Cada um reagiu de uma forma, comentando:

Antonia:- Professora estas crianças estão ficando cada dia mais desorganizadas, deixaram esta bagunça toda na sala (conforme ia conversando, já recolhia).

Cícero:-  Nossa, que coisa é essa?

Gracineide:- Professora que coisa feia isso tudo jogado, nem limparam esta sala hoje pra gente?

Então, questionei sobre como seria morar num lugar sujo assim, e os rios não estão poluídos desta forma? Responderam que os rios estão poluídos, mas as ruas têm coleta então não estão sujas. Como poderemos fazer para melhorar tudo isso limpando, reciclando, reaproveitando… Depende de quem a limpeza das cidades e dos rios? Fui fazendo vários questionamentos neste sentido até tirar as palavras chaves:

RECICLAR, REAPROVEITAR, REUTILIZAR, REDUZIR

Discutimos o que é lixo, porque produzimos tanto lixo, quais os problemas decorrentes do excesso de lixo nas áreas urbanas, como reduzir o lixo, como reciclar e reutilizar dando a ele outros destinos. Após recolhemos as embalagens e apresentei as lixeiras de coleta seletiva da escola.

Em seguida encaminhamo-nos a biblioteca, onde apresentei o filme Catadores de papel, da coleção Caminhos e Parcerias – Transformação Social Urbana I ( acervo educacional TV Cultura. www.responsabilidadecultural.com.br).

TEXTO TEORICO – Nutrição

Introdução sobre como funcionam as cooperativas de catadores

No Brasil, é impensável falar em reciclagem sem citar os catadores de materiais e suas cooperativas. Não existem números fechados, mas calcula-se que existam de 300 mil a 1 milhão de catadores em atividade no país. Os dados são do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), que, no final de 2006, registrava 450 cooperativas formalizadas e aproximadamente 35 mil catadores em seus cadastros.

Não é para menos, a população brasileira gera diariamente cerca de 126 mil toneladas de lixo de consumo (excluindo dejetos industriais e empresariais). Não fossem os catadores, esta fábula de lixo acabaria integralmente em aterros sanitários e lixões. Na cidade de São Paulo, por exemplo, cerca de 20 mil catadores desviam dos lixões oito mil quilos de materiais diariamente, segundo dados de 2007.

A profissão, no entanto, não é tão glamurosa quanto o papel social e ambiental que os catadores exercem. Muito pelo contrário, a maioria deles perambula em média 30 quilômetros por dia, debaixo de chuva e sol, puxando até 400 quilos (o peso da carroça cheia), em busca de materiais que, muitas vezes, só são encontrados dentro de sacos de lixo.

Como a maioria não usa proteção (uns por falta de dinheiro, outros por falta de informação), freqüentemente ocorrem lesões ou infecções pelo manuseio o lixo. É muito comum também que sejam confundidos com mendigos ou marginais ou, o que é pior, simplesmente ignorados pela maioria das pessoas.

E como se não bastasse, alguns municípios proibiram as carroças de circular por vias e estacionar em locais públicos.
Tudo isso para ganhar de um a dois salários mínimos por mês e, com sorte, encontrar algum aparelho eletrônico que esteja funcionando.

Imbróglio urbano
A regulamentação do uso das carroças é, ainda, uma questão mal resolvida na maioria dos municípios brasileiros.

É fato que cresceu o número de carroças em circulação nas cidades. No entanto, como a reciclagem feita por catadores é uma atividade  majoritariamente informal, sua regulamentação tornou-se insuficiente e sua fiscalização, de difícil execução.

No DF, por exemplo, o uso da carroça é permitido desde que as leis de trânsito sejam respeitadas. Em São Paulo, tenta-se ressachar a atividade exercida informalmente. Em outras cidades, apesar de pouco regulamentada, a atividade é bem vista e fomentada pelos governos locais.

 

Os atravessadores se aproveitam da frágil estrutura organizacional dos catadores e abocanham 75% do faturamento gerado pela reciclagem, segundo dados do Instituto Polis. Os catadores, por sua vez, ficam com apenas 25% da receita (e com todo o trabalho pesado).

Se vale a pena? Na maioria dos casos, não se trata de escolha, e sim de luta pela sobrevivência. Quem não consegue empregos melhores, mas tem família para criar, acaba virando catador. Apesar da insalubridade, do desprestígio social e da baixa remuneração, o dinheiro para atender necessidades latentes vem no curto prazo. É por isso que se proliferam, pela maioria dos centros urbanos do País, as cooperativas de catadores de materiais reciclados. Organizados, os catadores têm obtido resultados expressivos no sentido de melhorar suas condições trabalhos a remuneração.

www..empresasefinanças.com.br/cooperativas-catadores

 

AVALIAÇÃO

Esta atividade causou grande impacto nos alunos desde o princípio ao encontrarem a sala com as embalagens pelo chão, até quando assistiram ao filme dizendo que se sentiram comovidos com os depoimentos dos catadores e chegando até a valorizar suas próprias vidas a partir disso. Recomendo que esta atividade possa fazer parte da aprendizagem dos alunos da EJA, pois colabora para uma vida sustentável e cidadã, ampliando sua visão de mundo e melhorando até a auto-estima.

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