O rádio tradicionalmente se constitui como um meio de grande permeabilidade, pois atinge até os lugares mais distantes do território nacional e as regiões fronteiriças. É rápido e relativamente barato, exigindo bem pouco se comparado à televisão. Além disso, pode ser também difundido pela Internet, superando os entraves legais das leis que regulamentam a radiodifusão, concebidas sob parâmetros pouco democráticos, ligados aos interesses capitalistas. Acreditamos que a implementação de emissoras de rádio em escolas de EJA poderia, além de integrar as áreas de conhecimento, viabilizar o protagonismo dos educandos em atividades de concepção e produção de programas com temas tirados do cotidiano escolar, do mundo do trabalho e da cultura. Desenvolvemos com alunos do Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos (CIEJA) atividades em equipe, exercitando a autogestão, entre outros princípios da Economia Solidária, uma forma de produção, consumo e distribuição de riqueza alternativa ao sistema econômico capitalista, centrada na valorização do ser humano e não do capital. Neste trabalho relacionamos as proposições da Economia Solidária às propostas pedagógicas de Paulo Freire e às experiências educomunicativas, fazendo conexões com a história da radiodifusão do ponto de vista político e cultural.