Sensibilização de professores sobre conceitos de economia solidária

Ficha Síntese da Prática Pedagógica

Objetivos da Prática Pedagógica:
Sensibilizar o grupo de professores do segundo segmento (de quinto a oitavo termo) para os conceitos de economia solidária como condição necessária à aplicação de atividades pedagógicas.

Característica do grupo a quem foi aplicada a prática:
Professores do primeiro segmento (de primeiro a quarto termo) e do segundo segmento (de quinto a oitavo termo). Total: 14 professores.

Dinâmica de trabalho adotada na prática pedagógica:
Solicitamos que cada professor trouxesse um objeto de estimação. Os objetos foram trocados entre os participantes e, após, foram dados valores a cada objeto. Foi solicitado ao dono de cada objeto que explicasse porque o objeto lhe era importante e se ele venderia este objeto pelo valor que lhe foi atribuído.

A seguir, foi lido o texto de Paul Singer sobre clube de trocas.

Recursos necessários para aplicação:
Cópias do texto apresentado de autoria de Paul Singer.

Breve currículo do autor da prática pedagógica:
Maria Lúcia Barbosa Zemczak; Professora Assistente de Direção na Rede Municipal de São Bernardo do Campo, atendendo à EJA. Possui seis anos de experiência em EJA, pela Rede Municipal de São Bernardo do Campo.

RELATO

Utilizando o princípio da autogestão (como são e como são administrados).

Optamos por discutirmos o Clube de Troca. Para explicar o que é autogestão colocamos em discussão a possibilidade de criarmos um grupo de troca. Esse grupo inicialmente será formado pelos professores e gestores que participam semanalmente das HTPC´s (Horas de Trabalho Pedagógico Coletivo).

O grupo é composto por catorze professores sendo três do primeiro segmento e onze do segundo segmento. Alguns nunca trabalharam na Educação de Jovens e Adultos, porém outros têm várias experiências na área.

Escolhemos por fazer a discussão sobre economia solidária primeiramente com o grupo de professores, pois acreditamos que os professores motivados, tendo participado das discussões, com o conhecimento teórico tem mais facilidade em conduzir suas aulas atingindo assim os objetivos propostos.

Na sensibilização feita com os professores promovemos uma dinâmica com o objetivo de refletir sobre o valor que atribuímos a determinados objetos.

Pedimos a cada professor que trouxesse um objeto que fosse de estimação, aquele objeto sem atribuição do valor monetário, mas de valor sentimental.

Esses objetos foram colocados numa mesa e chamamos um professor de cada vez e pedimos que escolhessem um objeto que não fosse o seu e o etiquetassem com um preço que acharia que seria o valor dele.

Em seguida pegamos cada objeto e perguntamos ao dono sobre o porquê do apreço pelo objeto. Após cada explanação, perguntávamos se ele venderia o objeto pelo preço que deram á ele.

A maioria disse que não tinha preço ou dependendo da necessidade venderia.

Após essa apresentação dos objetos desencadeamos uma discussão sobre o valor das coisas que atribuímos. As questões levantadas foram as seguintes:

“O valor que atribuo a um objeto não é o mesmo que outra pessoa dá a ele?”
“O valor que atribuo a determinados objetos não pode mudar dependendo da situação ou período da vida?”
“Quais situações me fazem mudar o valor que atribuo a estes objetos?”

Após a discussão lemos o texto de Paul Singer sobre Clube de Trocas e vimos o vídeo que ilustraria melhor as feiras.

Depois da dinâmica e apresentação sobre Economia Solidária, os professores foram muito receptivos à implementação do Clube de Troca. A maioria dos profissionais desconhecia o assunto.

A professora F. disse não conhecer nada de economia solidária, mas que aceitaria o desafio e com certeza esse conhecimento refletiria em sua prática.

Foi entregue a cada professor, uma cópia do texto: “Clubes de troca” de Paul Singer, retirado do livro Introdução à Economia Solidária, 2010 – p.105-108. Após a leitura inicia-se a discussão e o professor G. pergunta: “como é feito o Clube?” “Como se organiza?” A professora V. que já vivenciou e conhece economia solidária tenta explicar e acaba nos auxiliando nas explicações.

Os professores F. e T. conversam entre si e perguntam: “Como definir os objetos a serem trocados?” A professora M.:”Qual o valor de troca?”. A professora K. comenta: “Quem será o primeiro a trocar?” e o professor G. questiona: “E o último? Encontrará algo para trocar? O que fazemos com os objetos que restarem? Armazenaremos? Devolveremos?”

Os professores entusiasmados com o texto apresentado e com a discussão, sugeriram que fosse organizado, primeiramente, um clube de trocas entre eles para depois se estender aos alunos da EJA.

Ficou decido que faríamos, no próximo HTPC (Hora de trabalho Pedagógico Coletivo), uma Feira de Troca de Livros.
Foi uma atividade frutífera, tanto pela boa aceitação dos professores, bem como as sugestões levantadas durante a prática. A ideia de realizar um grupo de troca entre os profissionais antes de levá-lo aos alunos, é um ótimo laboratório, onde serão testados a dinâmica entre as pessoas, os objetos e seus valores, essas questões foram levantadas pelas próprias perguntas que surgiram durante a atividade. Realizado previamente a Feira de Troca entre os professores, estes serão capazes de direcionar e desenvolver meios para uma melhor realização do evento entre os alunos.

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