Economia Solidária no mundo do trabalho como tema transversal na Educação de Jovens e Adultos

Autora: Sandra Aparecida Boccacino
Orientadora: Prof. Ms. Regina Soares de Oliveira

Dedico esta obra a todos que se interessem pela transversalidade de valores éticos e solidários dentro dos grandes temas sociais como meio ambiente, mundo do trabalho, qualidade de vida e saúde, sexualidade, multiculturalismo e outros, buscando a interdisciplinaridade da grade curricular, seja  na Educação formal ou informal e em qualquer sistema governamental.

AGRADECIMENTOS

A todos e todas que de alguma forma contribuíram
positiva ou negativamente para a
elaboração deste trabalho.

“Uma descoberta, seja feita por um aluno na escola ou por um cientista trabalhando na fronteira do conhecimento, é, em sua essência, uma questão de reorganizar ou transformar evidências, de tal forma que se possa ir além delas assim reorganizadas, rumo a novas percepções”.(Jerone Bruner)

Lista de Siglas

ADS – Agência de Desenvolvimento Solidário
ANTEAG – Associação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Autogestão e participação acionária
CUT – Central Única dos Trabalhadores
ECOSOL – Economia Solidária
EJA – Educação de Jovens e Adultos
ITCP – Incubadora Tecnológica de Cooperativas
MOVA – Movimento de Alfabetização
MTR – Ministério do Trabalho e Renda
PMSA – Prefeitura Municipal de Santo André
SEJA – Serviço de Educação de Jovens e Adultos
UFABC – Universidade Federal do ABC
UNESCO – Organização das Nações Unidas para educação, ciência e cultura

SUMÁRIO

  • Introdução
  • Capítulo I: Educação de Jovens e Adultos e Economia Solidária
  • Capítulo II: Conceitos Teóricos e as práticas em sala de aula
  • Práticas Pedagógicas
  • Considerações Finais
  • Referências Bibliográficas
  • ANEXO

INTRODUÇÃO

Pretendemos aprofundar e sistematizar as concepções de trabalho com alunos de Educação de Jovens e Adultos que buscam elevação de escolaridade e a Economia Solidária, demonstrando que a Economia Solidária pode ser apresentada e estudada como um tema transversal dentro do mundo do trabalho, já que o contexto das formações, bem como, os interesses pessoais também fazem diferença na motivação e apreensão dos valores e conteúdos.  Assim, a Economia Solidária não deverá necessariamente ter uma grade curricular exclusiva e nem resultar num empreendimento solidário, pois se interesse houver por parte dos alunos, poderão ser encaminhados para as diferentes “Incubadoras de cooperativas” existentes nas cidades que optam e adotam como políticas públicas de trabalho e renda. Há também incubadoras nas diferentes Universidades do país que se propõem a este trabalho de gerar empreendimentos solidários, como por exemplo, a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade de São Paulo.

Se compararmos os alunos de EJA ao público alvo que participou e participa das formações em Economia Solidária como as utilizadas pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da USP pelo Fórum Brasileiro de Economia Solidária; pela I Oficina Nacional de Formação e Educação em Economia Solidária, pelas oferecidas pela Agência de Desenvolvimento Solidário (A.D.S.) em parceria com a Central Única dos Trabalhadores (C.U.T.) e o Ministério do Trabalho e Emprego (M.T.E.), e outras como Educação SEBRAE: formação de Jovens Empreendedores, participantes do Programa Escola da Família, confirmaremos que as formações citadas não ocorreram especificamente dentro do universo escolar com alunos que estão buscando a elevação de escolaridade, e, portanto reafirmamos que o contexto das formações bem como os interesses pessoais também fazem diferença na motivação e apreensão dos valores e conteúdos.

Os passos e processos necessários à condição humana em situação de aprendiz para construção de empreendimentos autogestionários, fundamentados numa Economia mais solidária e justa estão para além dos modos de produção sejam eles capitalistas, socialistas ou comunistas, pois tratam de ética e valores e o ambiente escolar está aquém de todo este processo humano produtivo, pois todos os sistemas escolares de um país são reféns das políticas privadas e públicas e, portanto as instituições escolares são apenas um meio estratégico dentre todas as outras instituições sociais para disseminar valores, ideias e “… conhecimentos historicamente acumulados pela humanidade…” (objetivo geral da educação).

Estes alunos jovens e adultos que acolhemos diariamente têm objetivos definidos do que buscam no ambiente escolar e diferentemente das crianças, querem recuperar algum tempo perdido, quando não puderam por diferentes motivos frequentar o ensino regular e usufruir do direito da Educação Básica oferecida; qualificar-se mais por necessidades no local de trabalho e no ambiente familiar com a educação dos filhos; ou ainda, para buscar melhores oportunidades de empregabilidade.
Neste contexto, gostaria de citar Carl Rogers (1972) quando afirma que a aprendizagem deve ser “vivencial e plena de sentido”, apresentando as características a seguir:

“Envolvimento pessoal: a pessoa inclui-se no evento da aprendizagem tanto no aspecto afetivo quanto cognitivo”.
É auto-iniciada – Mesmo com estímulos externos, o senso de descoberta, de captar, de compreender, vem de dentro;
É penetrante – por suscitar modificação no comportamento, nas atitudes;
É avaliada pelo participante que sabe se a aprendizagem está indo ao encontro de suas necessidades;
É verificada pelo elemento de significação que traz ao participante. Significar é a sua essência.
Este processo de transformar a experiência em ação, normalmente não ocorre sozinho, as pessoas necessitam de um tempo de processamento, para tirar conclusões e fazer associações com sua vida. Neste momento, o Focalizador tem papel fundamental, pois é através de sua mediação que o participante pode ir mais fundo em sua reflexão”

A relevância em transversalizar a ECOSOL no ambiente escolar é porque acreditamos na contextualização que fundamenta as ações de um tempo histórico e assim, como nos últimos oito séculos, em especial, nas sociedades europeias e respectivas colônias de povoamento – EUA, e principalmente de exploração de continentes inteiros como África, América Latina, Austrália, o sistema econômico produtivo desenvolveu-se do feudalismo europeu para o capitalismo, expropriando e deformando todas as culturas – muitas altamente comunitárias e cooperativas – dos povos nativos destas terras invadidas pelo elemento branco europeu.

Hoje, este sistema capitalista altamente tecnológico, predador de mão de obra humana e/ou animal, de matéria prima de dentro ou na parte externa do planeta, seja onde for; concentrador de renda, criou necessidades superficiais, temporárias e insustentáveis, apesar de toda Ciência, comprometendo a sustentabilidade do planeta Terra inteiro.

Existem meios de modificar este padrão de produção de bens e consumo: a Economia Solidária prioriza transversalizar a concepção cooperativa e solidária nos empreendimentos que apoia através das formações e dos encontros que as incubadoras proporcionam aos interessados e portanto, utilizar o mesmo meio nos ambientes escolares seria também coerente, pois que apenas participando de um empreendimento autogestionário e solidário é que podemos ter a real dimensão das relações e dos valores éticos que vão se construindo no grupo.

É possível pensar um empreendimento em ambiente escolar e construí-lo de forma fictícia com os alunos e se interesse houver por parte de algum grupo que pretenda criar um empreendimento, encaminhá-los para as incubadoras de cooperativas.

CAPÍTULO I – PORQUE A OPÇÃO DE TRANSVERSALIZAR AS CONCEPÇÕES DE UMA ECONOMIA MAIS SOLIDÁRIA NA EDUCAÇÃO ESCOLAR?

A frase a seguir nos proporciona reflexões sobre um dos objetivos principais da educação, em especial, a de jovens e adultos:

“A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.” (PIAGET: 1984) – Para onde vai a educação? – Tradução de Ivette Braga. 8ª edição. Rio de Janeiro: Editora José Olímpyo, 1984.

Estamos propondo transversalizar e unir o ideal Piagetiano citado acima à concepção proposta por MORIN, 2001 em sua obra “Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro”, para a construção da cidadania terrestre, utilizando estratégias pedagógicas para formação cidadã, no sentido pleno; em especial, exercitando e construindo interações dialógicas e democráticas, fortalecendo o circuito indivíduo/sociedade/espécie para compor a identidade e consciência terrena.

Este poderia ser o caminho possível para construir e consolidar um planeta holístico com sustentabilidade solidária, não apenas na Economia, nos meios de produção e consumo humanos, mas na Ecologia ambiental natural e cultural do planeta Terra.

Se permanecermos como está, nem a Economia capitalista, a genética avançada ou a nanotecnologia darão conta de resolver a equação: milhões de anos na formação do planeta versus a Ciência avançada nos últimos quinhentos anos e a explosão demográfica…

São contextos incongruentes e excludentes pela predação veloz.

Retomando o microambiente escolar, transversalizar conhecimentos e valores éticos tem se mostrado eficiente como prática pedagógica com alunos jovens e adultos pelas vivências e experiências que trazem e contribuem para ampliar, qualificar e reconstruir conhecimentos exercitando a rede cerebral através da metacognição [1].

Esta estratégia transversal de trabalho fundamenta-se nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental – MEC; em experiências de países como a Espanha (M. Moreno, 1993); em diferentes redes de ensino e escolas no Brasil, incluindo a rede municipal de Santo André, desde a regulamentação da Educação de Jovens e Adultos em 1991, através de formações e cursos específicos que fundamentam até os dias atuais a prática de ensino de quem optou por esta transversalidade, seja através de projetos e/ou temas de interesse dos alunos, da escola, da sociedade.

Entendemos ser este caminho, porque a Educação como meio estruturador dos objetos de conhecimentos implica a opção por enfoques globalizadores e propostas transdisciplinares, organizando e integrando conhecimentos, proporcionando enriquecimento mútuo, dialógico, democrático, resultando em saberes significativos para a condição humana e qualificação da “identidade terrena” (MORIN, 2001).

Afinal, um ideal conjunto, nos torna maiores e proporciona senso de coletividade, além de nos fortalecer.

Diferentes autores propõem a construção de valores sociais para mudança de paradigmas equivocados, independente de qual contexto econômico ou público alvo seja, e portanto, a escola ou o empreendimento solidário, poderão se apropriar e utilizar transversalmente estes caminhos.

Para compreender porque e como um plano escolar deve transversalizar concepções e valores éticos solidários e não especificar apenas para uma área de atuação, serão apresentados os princípios de diferentes organizações sociais destinados a qualquer público interessado.

Iniciaremos pelo conceito de cooperação e dos jogos cooperativos como meios estratégicos de exercitar e refletir sobre cooperação:

A UNESCO propõe respeitar a vida, rejeitar a violência, ser generoso, escutar para compreender, preservar o planeta, redescobrir a solidariedade como valores essenciais para a paz e uma convivência ecológica entre as pessoas.

    “A Cooperação é a força unificadora mais positiva que agrupa uma variedade de indivíduos com interesses separados numa sociedade coletiva.” (Haratmann, 1940.)

Esses e outros valores como: união, amor, cooperação, bondade, paz, responsabilidade, organização, inclusão, ética, podem ser trabalhados transversalmente em sala de aula, através dos jogos cooperativos e da Pedagogia da Cooperação proposta na obra “Jogos cooperativos: se o importante é competir, o principal é cooperar! Projeto cooperação” (BROTTO, 1997), onde o autor, além de utilizar a etimologia das palavras como a “cooperação em comum-unidade” propõe exercitar a cooperação e a solidariedade através de diferentes jogos cooperativos já existentes e/ou podem ser construídos, sempre objetivando a participação e cooperação entre todos os envolvidos.

Este autor também criou uma tabela muito interessante sobre jeitos de ver (perceber) e de viver (agir) que pode ser utilizada nos momentos de reflexão sobre como as pessoas envolvidas se sentiram durante o desenvolvimento do jogo escolhido pelo grupo:


Brotto, 2001 – Jogos Cooperativos – O Jogo e o Esporte como um Exercício de Convivência

O precursor dos jogos cooperativos no mundo propõe que “… em vez de criar minissociedades ou jogos, que refletem de forma pura a competitividade, a desonestidade e a cobiça da sociedade maior, por que não desenvolver jogos que criem uma miniatura de utopias em que gostaríamos de viver? Por que não criar e participar de jogos que nos tornem mais cooperativos, honestos e atenciosos para com os outros? Por que não usar o poder transformador dos jogos para ajudar a nos tornarmos o tipo de pessoa que realmente gostaríamos de ser?” (ORLICK et al., 1989).

Há muitas fontes de consultas e formas de trabalhar com jogos cooperativos, sejam em salas de aulas ou em qualquer outra forma de agrupamento que objetive sensibilizar para a importância da cooperação, da corresponsabilidade, da solidariedade…

Uma outra proposta de mudanças estruturais e de concepções nos sistemas que adotam o modo de produção capitalista, se fundamenta na sustentabilidade do planeta e tem bases na Economia; porem rumo a uma sociedade mais solidária e justa nos modos de produzir, consumir e distribuir os bens; seria pela Economia Solidária (SINGER, 2002):

Inicialmente há que se contextualizar que esta prática solidária em economia está fundamentada na condição humana de sobrevivência dos povos e não específica do sistema capitalista; mas como estamos inseridos neste sistema que a partir da revolução industrial no século XIX veio globalizando a prática competitiva, o acúmulo de capital através da “mais valia”, da expropriação e exploração de pessoas e riquezas de nações. para movimentar os meios de produção, o autor deste texto faz contrapontos entre a cooperação solidária e a competição predatória nas economias mundiais.

A base do sistema portanto, é a competição individual (e coletiva quando empresarial) entre todos para conseguir basicamente tudo, pois a sobrevivência está atrelada ao modo capitalista: para comer, beber, morar, estudar, trabalhar, ter… É preciso se “vender” através de mão de obra – corpo inteiro (força de trabalho) e/ou intelecto (formação técnica ou acadêmica…). Este sistema proporciona mais vantagens crescentes a quem já dispõe de capital por acúmulo e/ou herança financeira e gera progressiva exclusão aos que não obtiveram êxito no seu “modo capitalista de ser…” gerando portanto, exclusão também aos descendentes que raramente terão êxito quando seus ascendentes fracassaram nos “negócios”.

Há meios alternativos mais humanos e solidários de sobreviver neste sistema de acúmulo de capital financeiro adotando outros princípios como a propriedade coletiva e a liberdade individual, podendo ser através de cooperativas ou sociedades econômicas. Esta forma empresarial exige intervenções estatais para que o acúmulo de capitais de alguns setores não estrangule outros menos favorecidos, pois todos são necessários, mas nem todos geram a mesma renda e assim a redistribuição dessa renda extra (coletada através de “imposto progressivo”), se daria através da “renda cidadã” a qualquer cidadão com o mínimo necessário.

Outro fator moderador solidário destas empresas seria o fundo indivisível para que não se descapitalize a empresa a cada cooperado que optar por sair da empresa e querer sua cota inicial acrescida de juros e correções. Esta forma assegura que a cooperativa seja um bem social e não apenas um negócio de seus sócios.

Os meios de administração empresarial são os principais fatores diferenciadores entre as empresas capitalistas caracterizadas pela heterogestão (hierarquias de poder, cargos e salários bem como a competição e o individualismo) e as empresas com economia solidária que exercitam a autogestão coletiva mesmo em grandes dimensões, pois os representantes devem sempre consultar seus representados e todos devem sempre estar cientes de tudo o que ocorre para que reflitam, discutam e tomem decisões que beneficiem a empresa por consequência todos os trabalhadores, já que o interesse não é de apenas um dono proprietário, mas da coletividade, e estas ações exigem comprometimento de todos para além do cargo que exercem.

Muitas vezes este comprometimento se esvai pela lei do mínimo esforço, acarretando descaracterização solidária entre todos e gerando portanto, conflito de interesses; outro fator são os trabalhadores que buscam esta forma de trabalho como algo temporário e não se envolvem tanto quanto este exercício autogestionário precisa e saem com facilidade, assim que encontram um emprego formal ou outro interesse; mas o exercício da democracia em qualquer instância gera opções que nem sempre agrada as maiorias e em empresas de economia solidária, apesar dos envolvidos não totalizarem uma nação inteira, também estão sujeitos aos “votos contrários” e embora o consenso seria o ideal, nem sempre ele sai vencedor. É a dialogicidade humana num embate com a sobrevivência individual dentro do sistema capitalista.

Os alicerces das Economias solidárias estão basicamente fundamentados na autogestão com igualdade de direitos e deveres de todos os envolvidos nos processos produtivos, sejam eles ligados à agricultura, indústria, comércio e/ou serviços, na forma da lei de mercado e do cooperativismo.

Esta forma de produzir, consumir e distribuir humaniza seus envolvidos em oposição ao que acontece hoje nas relações de produção, onde qualquer indivíduo é peça substituível, descartável e barata, bem como as matérias primas para as indústrias de transformação e os recursos naturais (minerais, águas, solos, ar, flora e fauna), servem para predação com esgotamento seja por extinção e/ou contaminação.

CAPÍTULO II – AS ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS FUNDAMENTADAS NA TRANSVERSALIDADE DE TEMAS E NA INTERDISCIPLINARIDADE

Para demonstrar como podemos apresentar aos alunos o que é Economia Solidária, sua fundamentação teórica, como se constroem e funcionam os empreendimentos cooperativos solidários, desenvolvemos uma sequência de aulas interdisciplinares sobre a água que também poderia ser um projeto, como subtema do tema transversal “meio ambiente” para que os alunos se apropriassem além dos conteúdos e refletissem sobre o comprometimento das fontes naturais e formas de usos das águas.

Ao final, exercitamos o tema transversal “mundo do trabalho”, onde um empreendimento fictício, as com possibilidades futuras de existência real pudesse ser construído, partindo das propostas dos alunos sobre meios de uso sustentável da água.

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

  • Prática 1: Projeto tema transversal: Meio ambiente – Água
  • Prática 2: Construindo um empreendimento solidário fictício

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Economia Solidária prioriza transversalizar a concepção solidária, a autogestão, a participação colaborativa, sustentabilidade, o preço justo e a equilibrada distribuição de tarefas, responsabilidades e lucros entre os participantes dos empreendimentos que apoia e orienta, através das reuniões de formação nas incubadoras e portanto, construir no ambiente escolar um grupo fictício de empreendimento, partindo de algum tema estudado nas aulas e/ou de sugestões dos alunos, também seria produtivo e coerente, pois somente quando participamos de um empreendimento autogestionário e solidário é que temos a real dimensão das relações e dos valores éticos que vão se construindo nas relações do grupo.

“A formação para uma gestão colaborativa – autogestão – envolve além da formação e informação, aspectos produtivos e organizativos tendo por princípio, a partilha, a colaboração e a solidariedade”. (GADOTTI, 2009, p.32)

Neste contexto, os jogos cooperativos associados à construção de um empreendimento proporcionam exercitar as relações de convivência do grupo, a potencializar os meios de produzir e distribuir bens e/ou serviços a um preço justo para ambas partes (fornecedor e comprador); enfim, um caminho bem próximo da realidade que almejamos para viver em sociedade: “Nenhum de nós é tão bom e inteligente quanto todos nós…” (FERGUSON-apud BROTTO,1999)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BROTTO, Fábio O.. Jogos Cooperativos: se o importante é competir, o fundamental é cooperar! Projeto Cooperação, 1997 – Santos – SP, Ed Renovada, 1999
BUSQUETS, Maria D.; CAINZOS, M.; FERNÁNDEZ, T.; LEAL, A.; MORENO, M.; SASTRE, G. Temas Transversais em Educação Original: Los temas transversales – Claves de la formación integral, Madri, Santilliana, 1993;
GADOTTI, Moacir. Economia Solidária como praxis Pedagógica. São Paulo, Editora Ática, 1999
MORIN, Edgar. Os Sete Saberes necessários à educação do futuro. Brasília DF: UNESCO, 2001 – 4 ed. São Paulo, Cortez Editora.
PIUG, Josep M. Ética e valores: métodos para um ensino transversal. São Paulo, Casa do Psicólogo, 1998
SINGER, Paul. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2002.

Publicações diversas consultadas:
Estação Gente – Educação Inclusiva – Educação de Jovens e Adultos – SEJA – MOVA – Profissionalizante. Secretaria de Educação e Formação Profissional de Santo André, 2000
Caderno da Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS/CUT) “O cooperativismo autêntico e a Economia Solidária” – textos de Egeu Esteves, Synval Costa e Robson do Nascimento.
Prospecção, diagnóstico e sensibilização de empreendimentos Econômicos solidários – Organizado por Paulo Brancher e Reginaldo Magalhães – ADS/CUT e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 2005
Formação Cidadã: uma ação educativa somando iniciativas” – organizado por Maristela M. Barbara e Rosana Miyashiro – São Paulo – CUT, 2003
Cadernos de Educação de Jovens e Adultos e Trabalho – UNITRABALHO
Caderno de textos – Alfabetizandos – Projeto: “Todas as Letras”, página 7: Conversando sobre Economia Solidária – Antonia B. Picanto e Maristela M. Barbara – A.D.S., MEC/FNDE – Programa Brasil Alfabetizado. 2007
Jovens em ação!: ações para melhorar o ambiente e a qualidade de vida nas cidades: uma conversa com o professor / Organizado por Aloma F. de Carvalho, Ângela M. Baeder, Neide Nogueira, Rosicler M. Rodrigues. São Paulo, Ed. Melhoramentos, 2000
Apostilas: Educação SEBRAE: Formação de Jovens Empreendedores – Módulo 1: Desenvolvimento Comportamental; módulo 2: O ambiente empresarial e módulo 3: Aspectos legais. Projeto e parcerias: Programa Escola da Família, UNESCO, Fundação para o Desenvolvimento da Educação, Secretaria Estadual de Educação e Governo do Estado de São Paulo.

Sites:

Participação em Congressos, oficinas, cursos e estudo do meio que também fundamentam esta monografia:

  • Oficina: “Os Parâmetros Curriculares Nacionais e a transversalidade” Congresso Municipal de Educação – Santo André – agosto/1998
  • Oficina: “Temas transversais” – Congresso Municipal de Educação – Santo André – julho/1999.
  • Estudo do Meio Interdisciplinar (envolvendo o bairro Cata Preta) com produção de um livro sobre esta estratégia de ensino com equipe multidisciplinar da USP – Secretaria de Educação e Formação Profissional – Sto André – junho/2000.
  • Curso: “Jogos Cooperativos” – Secretaria de Educação e Formação Profissional – Santo André – outubro e novembro/2001.
  • Oficina: “Avaliação dos materiais produzidos no Projeto de Produção de Materiais Pedagógicos para 1º e 2º segmentos do Ensino Fundamental de Jovens e Adultos” – Convênio UNITRABALHO – SECAD/MEC – Santo André – agosto/2006.

Formações acadêmicas que também fundamentam esta monografia:

  • Graduação: Pedagogia e Administração Escolar – PUC/SP – 1980 a 82/87.
  • Pós Graduação: Especialização em Educação Escolar de Jovens e Adultos – USP – SP – agosto/2002 a junho/2004.

ANEXO

 

PROJETO DE TRABALHO/2011 – EMEIEF Carolina Maria de Jesus
PLANO ANUAL EJA I – Pós -alfabetização – noite
Profª Sandra Apª Boccacino

A característica das salas, serem multisseriadas, se devem aos diferentes pontos de alfabetização em que se encontram os alunos, não pelo agrupamento Pós ou Alfabetização; em especial aos alunos que já estão nesta unidade há mais de dois anos. Apresentam bom comportamento, são participativos e interessados na realização das atividades propostas; porem, senti inicialmente, certa resistência em trabalharem com autonomia, pois alguns exigiam atenção exclusiva, desconsiderando as orientações sobre parcerias produtivas e correções coletivas para atender dúvidas da maioria e ao mesmo tempo, outros não respeitaram a orientação para realizar as atividades diagnósticas sem consultar colegas, fazê-las individualmente.  O tempo, as atividades propostas e orientações diárias sobre trabalhar individual e/ou coletivamente mostraram a necessidade de cooperar (operar junto) e não exigir exclusividade de atenção, comprometendo o atendimento coletivo.

A classe é composta por 16 alunos frequentantes (embora a lista inicial tenha 23 inscritos) , sendo 06 do sexo feminino e 10 do sexo masculino. A grande maioria nasceu na Região Nordeste, em especial, provenientes do estado de Pernambuco, e apenas três na Região Sudeste.  As idades variam entre 25 a 55 anos (todos adultos) e quanto ao estado civil, ocorre um fato curioso: todos anotaram solteiros; porem apenas dois são de fato solteiros; 12 são amasiados e 2 são separados; caracterizando a irregularidade na legitimação das relações de matrimônio: não altera estado civil se não há documento que comprove; embora a vida diária seja de casados…Católicos são a maioria (8 alunos); em seguida os evangélicos e três não responderam.Os programas preferidos são os noticiários, novelas, esportes, documentários e filme; poucos optaram por desenhos. Os passeios são restritos às igrejas e casa de parentes; apenas três colocaram parque; outro indicador de poucas oportunidades de lazer. Todos trabalham na prestação de serviços: as mulheres são empregadas domésticas ou diaristas; os homens, na construção civil; 8 alunos tem carteira assinada; 2 estão na “caixa” por acidentes comprometedores dos movimentos; 4 sem registro e dois desempregados. Todos moram em casa de alvenaria, mas um deles por trabalhar em obra, mora no barracão, já que a família mora em Arujá; assim, a composição nos lares: 2 sozinhos (um solteiro e outro na obra); os que ainda estão “casados” moram com parceiros (as) e os separados, com os filhos; um aluno solteiro mora com a mãe. Foi unânime a renda familiar que está entre 1 à 3 salários mínimos. A maioria utiliza o sistema público de saúde não apresentaram problemas de saúde; apenas os dois alunos acidentados e um com colesterol. Durante as conversas realizadas em sala, todos sabem sobre a necessidade do estudo para suas vidas, porém o que muitas vezes faz sentirem-se desmotivados, é o cansaço da rotina de trabalho diária e a disposição para virem à escola à noite. Todos já estudaram, pararam e retornaram em algum momento da vida.

Quanto à cognição, pelas atividades diagnósticas e atividades diárias, todos estão alfabéticos, embora será necessário qualificar mais a escrita para palavras com sílabas complexas e letras com sons dúbios, pois a maioria teve dificuldades em escrever corretamente: bicicleta, árvore, chuveiro, tesoura e camiseta. A leitura está razoável; embora precisem treinar mais as pausas nas pontuações, pois leem direto… Alguns fazem cálculos mentais, enquanto que outros necessitam do material concreto. Sentem-se mais autônomos na leitura do que na escrita, onde demonstram medo de ousarem. Apreciam as aulas no laboratório de informática, porem até o momento, não tiveram nenhum dia e provavelmente não terão, porque os computadores novos serão utilizados em cursos de formação para os professores do ensino fundamental e para os alunos de EJA II; talvez possamos utilizar os computadores do CESA, pois foi lá que tiveram acesso ao computador durante as aulas do ano passado.

Devido à Pós graduação oferecida a nós professores desta U.E. sobre E.J.A. e Economia Solidária; e para o polo de Santo André a proposta é trabalhar com os alunos no primeiro semestre a jardinagem e no segundo semestre os resíduos sólidos, os alunos foram também questionados através de rodas de conversas sobre conhecimentos prévios a respeito do tema e se já trabalharam com a terra; assim, todos em algum momento da vida já; em especial na terra natal, ajudando a família na lavoura.  Relembraram os tempos duros e ao mesmo tempo saudosos…

OBJETIVOS GERAIS DOS PROFESSORES para E.J.A.: Conhecer, valorizar e respeitar as capacidades, experiências, competências, habilidades e necessidades dos educandos, organizando estratégias pedagógicas que facilitem a aprendizagem e domínio dos conhecimentos historicamente construídos, acumulados e sistematizados pela humanidade, incluindo, o mundo do trabalho como transversalidade nos conteúdos. Inerente a este processo de ensino/aprendizagem há cooptação das realidades e experiências dos alunos, inseridos num contexto social altamente contraditório gerador de polêmicas. Caminharemos objetivando a valorização do debate de ideias, estimulando a liberdade de opinião discordante, a busca radical (até as raízes…) dos conhecimentos construídos… Neste processo dialético de construção dos conhecimentos, os educandos exercitarão mecanismos que lhes possibilitem realizar interferências e emitir juízos críticos sobre os conteúdos apreendidos e sobre a realidade que os cerca. Assim, aprimorarão o caminho do auto conhecimento como agentes sociopolíticos, interferidores e transformadores de suas realidades sociais através de ações cidadãs refletidas e mais qualificadas sistematicamente, buscando superar o senso comum.

Objetivos e metas quanto:

ACESSO E PERMANÊNCIA:

  • acolher, orientar e encaminhar os alunos iniciantes e/ou já freqüentantes, quanto a documentações específicas (declarações, atestados, fichas, etc.) durante todos os horários de funcionamento da secretaria desta U.E.
  • respeito e valorização dos alunos jovens e adultos em suas vivências e necessidades específicas, alem de qualificar suas expectativas;
  • proporcionar aos alunos jovens e adultos, acesso e uso de todas as dependências e equipamentos da U.E.. onde serão desenvolvidas atividades inerentes ao processo pedagógico, incluindo também atividades extra escolares;

QUALIDADE na educação escolar:

  • contribuir nas reflexões das RPS e RPMs,
  • preencher qualificadamente as fichas diagnósticas e de desempenho dos alunos;
  • contribuir para ampliar as discussões e reflexões sobre a concepção de educação inclusiva para alem das “deficiências diagnosticadas”…

GESTÃO ESCOLAR:

  • dar continuidade, estimulando e valorizando o exercício cidadão com os alunos nas rotinas diárias, em especial as que são inerentes ao Regimento Escolar, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Constituição Federal, Estatuto da Criança e do Adolescente bem como na participação das eleições e ações do Conselho de Escola;

METAS: ampliação e qualificação desta modalidade de ensino com os alunos;

Todos os objetivos gerais, os específicos por áreas do conhecimento, bem como os didáticos, foram fundamentados nos Referenciais Curriculares para Educação de Jovens e Adultos do MEC, com inclusões e/ou exclusões de procedimentos que julgo serem necessários ou não ao bom desenvolvimento do trabalho com os alunos para esta modalidade de ensino, em especial no início de cada ano letivo e também no decorrer…

FUNDAMENTOS E OBJETIVOS NAS ÁREAS DO CONHECIMENTO

1.Conhecer, compreender e aplicar algumas normas cultas da Língua Portuguesa e fazer uso das diferentes linguagens e portadores textuais;
2.Construir conceitos das várias áreas do conhecimento para compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas;
3.Conhecer e compreender, relacionar e analisar ainda que simplificadamente, dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar desafios;
4.Relacionar informações e conhecimentos disponíveis em situações vivenciadas para construir argumentação consistente;
5.Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando o multiculturalismo;
6. Exercitar a inclusão digital com uso de novas tecnologias,

I – Objetivos da área de Comunicação, linguagens e código (Língua Portuguesa):

  • Valorizar a língua como meio de comunicação e expressão das pessoas e dos povos;
  • Respeitar a variedade linguística regional brasileira;
  • Expressar-se oralmente em diferentes situações, buscando ampliar seus recursos expressivos e enriquecer seu vocabulário;
  • Compreender e usar os mecanismos e recursos do sistema de representação da escrita;
  • Exercitar a leitura e escrita como fontes de informação, aprendizagem, lazer e arte;
  • Buscar e selecionar textos de acordo com suas necessidades e interesses;
  • Desenvolver estratégias de compreensão e fluência na leitura;
  • Expressar-se por escrito e/ou através do editor de textos no computador, com coerência e de forma adequada, diferentes situações comunicativas, interessando-se pela correção ortográfica e gramatical, bem como uso de recursos visuais como meios de ilustrar e enriquecer as informações;
  • Analisar características da Língua Portuguesa e marcas linguísticas de diferentes textos, interessando-se por aprofundar seus conhecimentos sobre a língua e a comunicação.

PÓS ALFABETIZAÇÃO

  • Produções de textos com posterior atividades de reflexão e revisão sobre a linguagem produzida para estruturação das frases com utilização de convenções (emprego de letras maiúsculas e minúsculas, parágrafos, pontuações, ortografia correta, acentuações);
  • Leituras de diferentes portadores textuais com posterior interpretação oral e ou escrita, objetiva e subjetiva com extrapolação para debates e ou pesquisas de complementação;
  • Observar a organização e recursos de imagens e símbolos empregados mídia impressa e televisiva;
  • leitura autônoma;
  • Ampliação da utilização da linguagem artística e digital.

II – Objetivos da área de Matemática:

  • Valorizar a Matemática como instrumento p/ interpretar informações sobre o mundo, reconhecendo sua importância em nossa cultura;
  • Aprender a apreciar o caráter de jogo intelectual da Matemática, reconhecendo-o como estímulo à resolução de problemas;
  • Reconhecer sua própria capacidade de raciocínio matemático, desenvolver o interesse e o respeito pelos conhecimentos desenvolvidos pelos companheiros;
  • Comunicar-se matematicamente, identificando, interpretando e utilizando diferentes linguagens e códigos;
  • Intervir em situações diversas relacionadas à vida cotidiana, aplicando noções matemáticas e procedimentos de resolução de problemas individual e coletivamente;
  • Vivenciar processos de resolução de problemas para compreensão de enunciados, proposição e execução de um plano de solução, a verificação e comunicação da solução;
  • Reconhecer a cooperação, a troca de ideias e o confronto entre diferentes estratégias de ação como meios que melhoram a capacidade de resolver problemas individual e coletivamente;
  • Utilizar procedimentos de cálculo mental e cálculo escrito (técnicas operatórias), selecionando as formas mais adequadas para realizar o cálculo em função do contexto, dos números e das operações envolvidas;
  • Desenvolver a capacidade estimativa e cálculos aproximados, utilizando-os na verificação de resultados de operações numéricas;
  • Medir, interpretar e expressar o resultado utilizando a medida e a escala adequada de acordo com a natureza e a ordem das grandezas envolvidas;
  • Aperfeiçoar a compreensão do espaço, identificando, representando e classificando formas geométricas, observando seus elementos, suas propriedades e suas relações;
  • Coletar, apresentar e analisar dados, construindo e interpretando tabelas e gráficos;

PÓS ALFABETIZAÇÃO

  • Raciocínio Lógico matemático:
  • Identificar o S.N.D. (sistema de numeração decimal) até milhões;
  • Registro de numerais, relacionando-os com quantidades e identificações;
  • Utilização do sistema monetário nacional, e a influência internacional;
  • Porcentagens para mais e ou para menos em situações cotidianas;
  • Decomposição e composição de numerais envolvendo valor posicional;
  • Construção e reconstrução de sequencias numéricas;
  • Apresentação/reconhecimento e atividades com números racionais (fracionários e decimais);
  • Identificar as ideias referentes às quatro operações e estratégias para resolução de situações problemas envolvendo também as técnicas operatórias para adição com reserva, subtração com “empréstimo”, multiplicação e divisão por dois algarismos.
  • Medidas e geometrias: situações problemas do cotidiano envolvendo estratégias de cálculo para medir massas (miligramas, gramas, quilogramas, toneladas), capacidades (litros e mililitros), tempos (horas, minutos e segundos; dias, meses, anos, séculos, milênios, eras), superfícies (centímetro, metro e quilômetro quadrado em diferentes geometrias planas), temperaturas (abaixo e acima de 0º C) e comprimentos (milímetros, centímetros, metros, quilômetros), alem das relações possíveis entre essas medidas (quilômetros/horas, anos/luz; toneladas/metro quadrado, etc.);

III – Objetivos didáticos da área de Estudos da Sociedade e suas tecnologias e da Natureza:

  • Problematizar fatos observados cotidianamente, interessando-se pela busca de explicações e pela ampliação de sua visão de mundo;
  • Reconhecer e valorizar seu próprio saber sobre o meio natural e social, interessando-se por enriquecê-lo e compartilhá-lo;
  • Conhecer aspectos básicos da organização política do Brasil, os direitos e deveres do cidadão, identificando forma de consolidar e aprofundar a democracia no país;
  • Exercitar o debate de ideias e fundamentação de argumentos;
  • Buscar informações em diferentes fontes, processá-las e analisá-las criticamente;
  • Compreender através das ciências e das artes, formas de conhecimentos, interpretação e expressão dos seres humanos sobre si mesmos e sobre o mundo que os cerca;
  • Inserir-se ativamente em seu meio social e natural, usufruindo racional e solidariamente de seus recursos;
  • Valorizar a vida e a sua qualidade como bens pessoais e coletivos, desenvolvendo atitudes responsáveis com relação à saúde, à sexualidade e à educação das gerações descendentes;
  •  Reconhecer o caráter dinâmico da cultura, valorizar o patrimônio cultural de diferentes grupos sociais, reconhecer e respeitar a diversidade étnica e cultural das sociedades;
  • Observar modelos de representação e orientação no espaço e no tempo, familiarizando-se com a linguagem cartográfica;
  • Compreender as relações que os seres humanos estabelecem com os demais elementos da natureza e desenvolver atitudes positivas com relação à preservação do meio ambiente, analisando aspectos da geografia brasileira e de outros espaços da Terra;
  • Compreender as relações que os seres humanos estabelecem entre si no âmbito da atividade produtiva (mundo do trabalho) e o valor das tecnologias como meio de satisfazer necessidades humanas, analisando aspectos da História mundial e impactos destas tecnologias.

PÓS ALFABETIZAÇÃO

  • Identidade do aluno e resgate de sua história;
  • Espaços de convivências envolvendo aspectos geográficos, históricos e de organização: naturais e culturais; públicos e privados; sociais e individuais;
  • O mundo do trabalho e das novas tecnologias e as relações de produção;
  • A espécie humana em seus aspectos bio-psico e sociais;
  • Cidadania e participação: direitos e deveres civis, políticos e sociais
  • Meio ambiente natural e a Ecologia no planeta Terra;
  • Meio ambiente cultural e a diversidade em nosso país (multiculturalismo);
  • Identificar cuidados básicos com a saúde na prevenção de doenças e qualidade de vida;

ESTRATÉGIAS

  • expressão oral e corporal do educador empregando conhecimentos construídos e acumulados por formações e vivências;
  • dinâmicas e dramatizações de situações humanas para refletir dialogicamente sobre valores, preconceitos, conceitos;
  • Emprego de atividades e desafios para que o coletivo discuta hipóteses e construa soluções possíveis para as diferentes situações ou conceitos.
  • Registro dos conceitos e vivências construídos no dia-a-dia por multimeios (desenho, escrita manuscrita e/ou digital, pintura, oralidade, expressão corporal).
  • Leituras por multimeios (interdisciplinar e transversalmente), de diferentes portadores textuais tais como: modelos de formulários (docs. comerciais), poesias, letras de músicas, crônicas, jornais, listas diversas, publicações e impressos, mapas diversos (políticos: Mundo, do Brasil, do estado/SP e do município de Santo André, e os com diferentes sistemas de funcionamento do corpo humano), biblioteca (livros paradidáticos e enciclopédias), fitas de vídeo e/ou DVD, e outras formas possíveis e disponíveis na U.E..
  • Utilização e/ou consultas de recursos pedagógicos como o Sistema Transversal de Ensino/Aprendizagem; atividades de Matemática da CENP (Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas), fichas educativas (Projeto Correção de Fluxo), diferentes livros didáticos (ex:“Viver, Aprender” – módulos 1 e 2; 3 e 4; 5 e 6, Linguagens 2, Cadernos de EJA, Almanaques “ALUÁ” e “Popular de Sabedoria”, etc.), revistas diversas (Galileu, Coop, Seleções, Veja, etc.), gibis educativos (Água na escola), sites diversos (domínio público, picasaweb, google), sobre temas diversos, contextualizados;
  • Emprego de materiais tais como: gizes calcários, lousa, stencil e álcool, papéis com texturas e cores diversas, lápis, canetas e tintas coloridas, pincéis, materiais recicláveis, colas brancas e coloridas, cadernos, tesouras e outros materiais de consumo.
  • Utilização de jogos (cartas, dominós, percursos, numéricos, alfabéticos, de tabuleiros, etc.) com diferentes objetivos didáticos;
  • Equipamentos como mimeógrafos, recursos audiovisuais, equipamentos elétricos e eletrônicos, computadores e outros disponíveis na U.E. e/ou emprestados.

Passeios sugeridos:  

  • MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA – São Paulo
  • MUSEU DE SANTO ANDRÉ
  • MUSEU DO FUTEBOL
  • Centro de Formação: exposição sobre Mulheres
  • COOP – passeio exploratório dos espaços com monitora da ONG Triacanto
  • SABINA – Sto André (Novidade: Planetário a ser inaugurado em 2011)
  • LICEU DE ARTES E OFÍCIOS – São Paulo – espetáculo multivisão
  • CÂMARA MUNICIPAL – Sto André – sessão à noite – 5ª feira –     votações
  • PARQUE “CELSO DANIEL” e/ou CENTRAL – Santo André
  • DEPAV – Parque Escola – Sto André:
    manhã: passeio exploratório para conhecer diferentes espécies de plantas e
    noite: oficinas com sucatas para confecção de objetos
  • PARQUE DO PEDROSO: Projeto Arco –íris e Caminho das águas
  • SESC – SESI para espetáculos teatrais
  • CINEMA POPULAR – São Bernardo do Campo e Mauá
  • Teatro Municipal, para assistirem peças oferecida pela SECEL.
  • Outros que o coletivo de alunos sugerirem.

Fitas e/ou DVDs e disponíveis na rede (youtube) sugeridos:

  • Aquarela Brasileira (Brasil e Carnaval);
  • Mulheres: Acorda Raimundo! Acorda! e Vida Maria;
  • Planeta Água (Guilherme Arantes);
  • hino da cidade de Santo André com imagens;
  • mundo do trabalho:
  • Tempos Modernos ou ________________;
  • meio ambiente: todos os da TV Escola – MEC para Meio ambiente e selecionar os que interessar;
  • Ilha das Flores,
  • Uma Verdade Inconveniente,
  • Planeta Azul (Chitão e Xororó),
  • Sistema Solar,
  • Corpo humano (toda a coleção, desde a gravidez até a terceira idade).

TEMAS TRANSVERSAIS a serem trabalhados durante o ano letivo:

  • CIDADANIA: maneiras de ser e estar no e com o mundo – formação cidadã
  • EU – identidade, corpo, gênero (condição feminina no mundo – MULHERES), raça, etnia.
  • CONVIVÊNCIA SOCIAL – família, escola, outros locais envolvendo outros convívios coletivos;
  • VALORES: respeito, justiça, limites, regras, cooperação, solidariedade, afetividade, verdade, e os que forem surgindo…
  • LEGISLAÇÃO: Constituição Federal, Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Consolidação das Leis Trabalhistas, Código de Defesa do Consumidor, regimentos escolares (p/ alunos e do Conselho de escola), leis ambientais (ISO 14.000), Cooperativismo e Economia solidária, etc.

 

  • MUNDO DO TRABALHO: as relações de produção permeando as relações pessoais e de sobrevivência dos seres humanos; a concepção de: emprego, trabalho, renda e profissão; imposto de renda sobre salário, o trabalho formal e informal; o mundo globalizado pela mão de obra e matéria prima mais baratas, as leis “regulamentadoras” – CLT – das relações trabalhistas (a flexibilização e as consequências para os trabalhadores), ONGs, Cooperativas e a Economia Solidária.

 

  • MEIO AMBIENTE: coerente com os objetivos gerais, trabalhar a ideia de que vivemos em espaços naturais, culturais (construídos pelos humanos) e sociais (grupos de pessoas) e que estes espaços podem ser melhorados ou degradados conforme nossas atitudes diárias (paralelo com o tema Cidadania); assim trabalharemos:
    Meio ambiente natural: seres vivos (reino animal, vegetal e micro-organismos) e elementos não vivos (água, ar, terra, minerais e calor do Sol); Ecologia (noções das relações – ecossistemas).
    Meio ambiente cultural e social: produções humanas: alimentos e lixos; máquinas e equipamentos, ritmos, moradias, livros, escolas, templos e rituais, cadeias, divisões políticas (Geopolítica), etc.. As relações humanas (familiares, sociais, trabalhistas, etc.) religiões e agnósticos, valores e preconceitos, conhecimentos, exploração e violência, etc.
  • SEXUALIDADE E REPRODUÇÃO HUMANA: qualificar os conhecimentos dos alunos, debater preconceitos e qualificar informações incompletas e ou inadequada, a respeito da reprodução da espécie humana (a minoria é concebida na proveta), que ainda é resultado do exercício sexual com ou sem qualidade…

PROJETO: Economia Solidária em parceria com a UFABC

Objetivo: qualificar os conhecimentos que os alunos já possuem sobre agrupamentos de sobrevivência em situações de desemprego, onde todos se empenham e contribuem na condução de um empreendimento cooperativo que gere lucro para que possam dividi-lo igualmente e assim, sustentarem-se e a suas famílias de forma digna e autossustentável.

Sensibilizá-los também para a jardinagem e resíduos sólidos como meios para auto-sustentabilidade através da economia solidária e também como meio de sustentabilidade do Planeta Terra: jardins como corredores de insetos e aves; reaproveitamento de resíduos através de artesanatos e/ou reciclagens.

AVALIAÇÃO

Avaliação formativa: através da observação diária, registro, reflexão, teorias, ações, diálogos, trocas de experiências. Ao final de cada bimestre, um relatório de cada aluno, caracterizando-o dentro das metas e dos caminhos que ele percorreu, das dificuldades e desafios que superou. A participação é ativa e construtiva com todos os envolvidos: educador, alunos, equipe operacional, administrativa e pedagógica..

Estarão aptos a receberem o certificado correspondente à escolaridade de ensino fundamental – primeiros dois ciclos, e, portanto, aptos a frequentar a 5ª série, em acordo com os referenciais curriculares para educação de Jovens e adultos, os jovens e adultos que forem capazes de:

  • Compreender um texto lido, por meio da exposição oral de suas ideias principais, resposta oral ou escrita a perguntas que exijam a identificação de informações que contem o texto. Deverá manifestar esta capacidade diante de textos que não requeiram conhecimentos prévios especializados sobre o tema e, preferencialmente, que se refiram a campos temáticos próximos aos blocos de conteúdos desta proposta (ex: notícia de jornal, informativos sobre campanhas de vacinação e ou epidemia, descrição geográfica de alguma região);
  • Produzir mensagem escrita (ex: carta, relato de experiências pessoais) separando e sequenciando as ideias por meio de uso de pontuação de nexos gramaticais;
  • Ler e escrever números naturais (até ordem dos milhares);
  • Realizar cálculos (adição e subtração de quaisquer nºs naturais; multiplicação e divisão por números naturais com até dois algarismos);
  • Resolver problemas simples envolvendo a identificação de dados numéricos, operações com números naturais e unidades de medidas usuais;
  • Identificar informações contidas em tabelas ou esquemas simples (ex: tabela de dupla entrada, onde se comparam preços de produtos em três mercados; num esquema simples: folhetos de plantas de apartamentos em edifícios em construção, mostrando identificar a posição de uma edificação em relação a outra, etc.).

Os itens elencados não esgotam os objetivos finais que podem ser atingidos. Indicam apenas critérios mínimos para avaliar as competências e habilidades dos alunos para prosseguirem na elevação de escolaridade.

Os conteúdos detalhados serão registrados no diário de classe, caderno pessoal de anotações, semanários, nas atividades de trabalho propostas diariamente no caderno dos alunos e em outras formas de registro (folhas avulsas, trabalhos artísticos, cartazes coletivos, atividades digitais…).

    As estratégias, recursos humanos e materiais bem como os meios de avaliações acima descritos e os diferentes registros a serem realizados pelos alunos são a concretização do que propomos para o ano letivo de 2011.

  1. [1]O termo metacognição foi introduzido na literatura no princípio dos anos 70 por Flavell (1971), que define inicialmente a metacognição como o conhecimento que se adquire a partir dos conteúdos e dos processos da memória. Posteriormente, em 1999, admitirá que existem outros aspectos da mente humana, além da memória, que contribuem ao conhecimento, como por exemplo, a aprendizagem, a atenção, a linguagem, etc.  Os estudos sobre a meta-memória introduziram uma distinção importante que logo se consolidaria nos estudos sobre metacognição