Aprendendo com o trabalho coletivo, aprendendo a refletir

Ficha Síntese da Prática Pedagógica

Objetivos da Prática Pedagógica:

  • Aprendendo com o trabalho coletivo, aprendendo a refletir;
  •  vivenciar o trabalho coletivo na definição das ações e objetivos educacionais da Unidade Escolar;
  • compreender como a participação dos educadores no trabalho coletivo favorece o ensino e a aprendizagem;
  • registrar o processo de construção coletiva

Característica do grupo a quem foi aplicada a prática:
Educadores de CIEJA Butantã: 8 professoras de ensino fundamental I e 17 professores de ensino fundamental II (de todas as áreas de conhecimento) e 4 educadoras da equipe técnica

Dinâmica de trabalho adotada na prática pedagógica:
Reunião com a participação de todos os professores e trabalho por área de conhecimento/equipes. Identificar no Projeto Especial de Ação quais foram as ações

1- Análise das ações – leitura das ações definidas no inicio do ano letivo;
2- Relacionar as ações desenvolvidas por área de conhecimento com as ações definidas no inicio do ano letivo;
3- Registro: questões para avaliação do trabalho: o que construímos e o que precisamos construir;
4- Socialização das avaliações
5- Produção de texto coletivo pela equipe técnica

Recursos necessários para aplicação:
Sala ampla para a reunião, documentos produzidos pelas equipes (PPP e outros registros)

Breve currículo da autora da prática pedagógica:
Nilza Isaac de Macêdo – Orientadora Pedagógica Educacional do CIEJA Butantã, educadora da rede municipal há 20 anos. Mestre em Educação, As transformações no processo de aprendizagem do professor alfabetizador, na área de formação de professores- UNIFIEO 2008.

RELATO

Todas as escolas municipais de São Paulo tem um projeto que é desenvolvido nos momentos de coletivo dos professores junto com os coordenadores pedagógicos. Este projeto denomina-se Projeto Especial de Ação (PEA). Para que o Projeto Especial de Ação seja desenvolvido todos, professores e coordenadores das unidades escolares precisam cumprir às oito horas semanais juntos, ele faz parte de nossa formação continuada. Nas demais escolas essas oito horas são divididas em três encontros ou quatro encontros. Isso vai depender da necessidade de cada escola. Já no CIEJA Butantã, nosso Projeto Especial de Ação é desenvolvido em dois momentos: às terças-feiras os professores ficam duas horas no coletivo, junto com a Orientadora pedagógica educacional e às sextas-feiras os professores cumprem seis horas de coletivo também junto com as Orientadoras Pedagógicas Educacionais. Esses encontros são chamados de JEIF (Jornada Especial Integral de Formação) e propiciam a formação dos envolvidos no Projeto Especial de Ação, que tem um calendário especifico quantidade de horas a cumprir e objetivos a serem atendidos.

O Projeto Especial de Ação – PEA se inicia na segunda semana do ano letivo e termina na penúltima semana do ano letivo. Em seu inicio todos os envolvidos são convidados a participar de sua elaboração. Todas as sugestões são levadas em consideração e os envolvidos assinam dando ciência de sua existência. Para dar continuidade a qualquer projeto, necessitamos avalia-lo para que o mesmo seja, realmente, colocado em prática. No CIEJA Butantã, fazemos a avaliação de nosso Projeto Especial de Ação em dois momentos: No final do primeiro semestre e no final do segundo semestre. Esta avaliação norteia todo o nosso trabalho e deve ser registrada e discutida por todos. Por esta razão as Orientadoras Educacionais elaboram uma proposta de avaliação onde os professores devem se colocar para que o projeto cumpra com os objetivos propostos no inicio do ano. Isto é, a partir da avaliação dos envolvidos, o projeto poderá ser redimensionado se necessário for.

Por esta razão, em julho de 2011 elaboramos uma avaliação onde os professores deveriam analisar as ações propostas na elaboração de nosso Projeto Especial de Ação – PEA até aquele momento. Cada professor/professora recebeu uma folha onde constava um roteiro que ele/ela deveria seguir para fazer sua avaliação.

Após recebimento do instrumento de avaliação os envolvidos discutiram em suas áreas de conhecimento e fizeram os registros individuais. Os registros foram entregas às Orientadoras Pedagógicas que por sua vez, fizeram a leitura dos mesmos e digitaram os comentários dos professores para que em outro momento, inicio do segundo semestre de 2011, fosse lido no coletivo para que dessa forma todos pudessem ter conhecimento das questões levantas ou apontadas pelos colegas. Assim as orientadoras pedagógicas digitaram todas respostas dos professores, construindo um registro coletivo que ficasse acessível para consulta de todos e que fizesse parte do Projeto Politico do CIEJA Butantã.

Abaixo segue modelo do instrumento da avaliação:

As ações definidas em nosso PEA buscam intensificar e organizar o trabalho coletivo. Desta forma, é necessário refletir sobre o caminho percorrido.

Comente as ações, abaixo relacionadas, e a forma como elas direcionam o seu trabalho:

• Discussão de assuntos e temas para o planejamento da área/equipe;
• Discussão de assuntos do cotidiano;
• Estudo de textos para aprofundamento de temas;
• Apresentação e troca de experiências;
• Planejamento de ações relacionadas aos projetos.

As respostas dos professores sobre cada tópico demonstraram que houve um movimento de reflexão e de posicionamento diante do trabalho realizado, afirmando situações de crescimento e apontado pontos a serem redimensionados ou modificados:

“Acho que estamos precisando de leitura e aprofundamento de temas específicos da educação de EJA; estudarmos a especificidade desta modalidade de ensino / aprendizagem. Não existem fórmulas, mas podemos avançar muito para atendermos de forma mais efetiva e ajudar o nosso aluno a viver melhor e a fazer leitura do mundo”.

“Quanto aos projetos, estão meio parados, fragmentados, cada projeto fechado com os professores/responsáveis. Precisamos resolver se eles precisam abrir para todo o CIEJA”. “De forma geral acredito na necessidade de organizar com bastante rigor as reuniões coletivas, pois temos pouco tempo para socializarmos os assuntos e temas que dão direção e permitem o planejamento do nosso trabalho”.

“Na minha opinião, faltaram, nas reuniões coletivas gerais, uma maior prioridade nos temas e assuntos que possibilitam gerar uma integração nas áreas (LC, CNM e CH). O professor, numa determinada área, não sabe o que se está trabalhando, quais são os temas, discussões que ocorrem nas demais áreas”.

“Neste semestre ainda não houve um momento para a apresentação de experiências entre as áreas. A troca ocorreu só no que se refere ao relatório do “Perfil da classe” que ajudou a conhecer mais rapidamente o novo grupo, na mudança de rodada”.

As respostas destacadas apontam para a importância do trabalho interdisciplinar que ainda precisa avançar. Daí a importância de rever a todo o momento a própria formação inicial que na maioria dos casos se mostrou fragmentada não favorecendo uma visão global do conhecimento.
Uma ação que se originou na perspectiva interdisciplinar foi a elaboração de atividades a partir de recorte de jornal (gráficos, tabelas, notícias e charges) que contemplassem todos os módulos (desde o módulo inicial de alfabetização até o módulo final do Ensino Fundamental) e todas as áreas de conhecimento. O exercício de planejar junto com colegas de outras áreas atividades auxilia na formação continuada. Aprendemos fazendo, discutindo e avaliando.

“Cada semestre um novo desafio, uma realidade diferente, assim precisamos reavaliar nossas dinâmicas e adequá-las as ações definidas em nosso PEA”.
“É essencial o trabalho coletivo para o funcionamento do CIEJA. Temos que firmar laços de ÁREA; de COMPANHEIRO de período, do próprio PERÍODO como um todo; fazer os PROJETOS encontrarem seu espaço, efetivando suas AÇÕES nos variados horários do CIEJA; organizar o HORÁRIO para abordarmos todos os temas e contarmos sempre com a COODERNAÇÃO para nos ORIENTAR, nos dando as DIRETRIZES, sem esses apoios feitos correm o risco de ficarem isolados”.

“Nos nossos horários de JEI refletimos sobre as dificuldades que encontramos, qual a melhor maneira de incentivar nossos alunos, qual a atividades e o que é importante priorizar nela, buscando nosso objetivo, fazer ações especificas crescerem. Mas confesso que o tempo parece escorrer e alcançar todos os professores e alunos, depende de compromisso, de se sentir engajado e de ser significativo. Não se muda nada de um momento para outro, mas o importante é persistir, acreditar, fazer as pontes, criar parcerias e construir um CIEJA em que acreditamos e nos orgulhemos”.

“Os esforços da escola no sentido de promover e fortalecer o trabalho coletivo têm tido bons frutos, favorecendo a troca de ideias e experiências na elaboração e execução de projetos pedagógicos”.

A prática do planejamento conjunto torna o fazer pedagógico mais comprometido com os objetivos específicos para a educação de jovens e adultos em consonância com os princípios da Economia Solidária apontados no capitulo II. Sabemos que ao planejar os professores tomam para si a responsabilidade de direcionar o processo de aprendizagem tendo em vista a formação cidadã. Só professores que exercem a autonomia podem favorecer a autonomia dos educandos.
Como podemos verificar nas afirmações abaixo:

“Estas são reflexões e ações prioritárias, necessário para um acompanhamento e apoio em nosso caminho se quisermos fazer a diferença no aprendizado escolar de alunos que retornam aos estudos cheios de esperanças de uma mudança significativas em suas vidas”.
“Penso que essas ações são importantes, pois elas nos ajudam na melhoria da qualidade do nosso trabalho”.
“Para o meu trabalho foi muito importante, pois ajudou na melhora dos critérios de seleção dos conteúdos, na busca de parcerias para trabalhar com outras disciplinas (ciências) dupla docência, nos procedimentos adotados com os alunos e nos critérios de acompanhamento do processo de avaliação”.
“Na equipe, se busca o bom relacionamento entre os membros, respeitando as individualidades e trocando experiências. É comum a discussão sobre os temas a serem trabalhados, reavaliar, refletir e replanejar nossas atividades e até mudanças de atitudes. É através do estudo de textos, documentários que assistimos e as discussão no coletivo que temos o bom andamento dos trabalhos realizados no CIEJA”.
“A discussão de assuntos e temas para o planejamento da área / equipe tem se baseado nos seguintes critérios: a) na referência aos conteúdos tradicionais de cada um das áreas/disciplinas; b) na seleção desses conteúdos tradicionais segundo a significação dos mesmos no mundo contemporâneo, na vivência de nossos alunos do CIEJA, visando sempre a ampliação do seu repertório simbólico, cultural e social”.
“A experiência de compartilhar encontros entre ciências da natureza e matemática demonstrou a nós professores e aos alunos que o conhecimento significativo é essencialmente inter/transdisciplinar e transcende o universo particular, individual de cada ser aprendiz”.

Quando destacamos que estamos aprendendo a refletir, consideramos que é uma ação coletiva que implica negociação, espaço para experimentação, para a vivência de situações novas e principalmente de aprendizado.

Formação Continuada – Reflexões Sobre Nossas Aprendizagens

No segundo semestre de 2011, novamente, propomos aos professores do CIEJA Butantã uma avaliação de nosso Projeto Especial de Ação – PEA. Foi construído um instrumento onde os envolvidos pudessem retomar os objetivos propostos, as metas e as leituras feitas durante o ano/semestre. Os professores deveriam atribuir um conceito, justificá-lo e, ainda, avaliar o trabalho desenvolvido pela SAAI – Sala de Atendimento e Apoio a Inclusão, pois em nosso CIEJA recebemos muitos alunos com NEE – Necessidade Educacional Especial que são atendidos diretamente pela professora de SAAI e muitos deles inclusos em salas regulares. Como as discussões sobre as aprendizagens dos alunos com NEE estão sempre em nossas pautas, acreditamos ser necessário avaliarmos nosso trabalho com os mesmos também.

Pensamos neste formato de avaliação, onde os professores pudessem atribuir conceitos, pois tínhamos a intenção de construirmos um gráfico e, a partir dos conceitos dados, construir também um texto onde pudéssemos analisar suas respostas.

Modelo de instrumento da avaliação do 2º semestre de 2011 para download – PDF.

 

Os itens foram analisados num primeiro momento individualmente, depois organizados por equipes das áreas de conhecimento os professores elaboram suas considerações, a equipe pedagógica a partir dessas considerações produziu o seguinte texto:

 

Avaliação do PEA- Projeto Especial de Ação
Reflexão Coletiva

No segundo semestre de 2011, para podermos avaliar nosso PEA, propomos aos professores que estavam presentes no coletivo, duas questões onde pudessem atribuir um conceito aos objetivos e metas de nosso Projeto: ”Formação discentes e docentes: um caminho para uma aprendizagem autônoma”.

Elaboramos um quadro onde numeramos de 1 a 8 os objetivos e metas e com relação as leituras efetuadas pelo grupo no segundo semestre numeramos 1 a 4. Deixamos também espaço para que os professores pudessem colocar suas observações quando achassem necessário. Na segunda questão professores foram requisitados a dissertar sobre o trabalho desenvolvido com os alunos que participam das salas de SAAI, e, é esse material que usaremos para construir nosso texto de análise de nosso Projeto Especial de Ação -PEA.

 

A seguir passamos a análise das respostas dos professores às questões propostas:

Objetivos do Projeto Especial de Ação – PEA

Com relação ao objetivo um, que fala sobre a necessidade de proporcionar um ambiente favorável ao letramento compromisso de todas as áreas, onze dos dezoitos professores que responderam a avaliação, atribuíram conceito P, isso nos permite inferir que durante nosso ano letivo pudemos proporcionar um ambiente favorável ao letramento com os trabalhos desenvolvidos pelas áreas do conhecimento (Linguagens e Códigos, Ciências da Natureza e Matemática e Ciências Humanas) segundo a fala de um (a) dos (as) professores (as): “Neste ano, eu acredito que estivemos muito mais próximos de atingir os objetivos propostos através do planejamento coerente de ações consistentes e conscientes”. A partir dessas colocações percebemos que as equipes/áreas do conhecimento puderam planejar com mais autonomia e tempo, pois nosso coletivo se dividiu de maneira a propiciar essa situação.

Já com relação ao segundo objetivo que é aprimorar o atendimento ao aluno planejando atividades, oficinas e ações interdisciplinares que visem o desenvolvimento das competências leitoras e escritora, considerando as expectativas de aprendizagem para EJA, os professores o avaliaram como satisfatório. Segundo a fala de um dos professores: “Se partirmos da premissa de que conhecimento não se transfere, ele se constrói no coletivo, num processo constante, no diálogo entre alunos e professores, coordenadores pedagógicos e professores e professores, acredito que estamos no caminho da utopia. Utopia se realizada totalmente, deixa de ser utopia. Portanto, perseguir o sonho, é uma postura e uma atitude cidadã, política, ideológica”. Ainda sobre esse objetivo os professores consideram que “Houve avanços em todos os itens no ano de 2011. Devemos continuar fazendo leituras e discussões para produzir mais conhecimentos. É nítido os avanços obtidos por eles”.

No terceiro objetivo que é elaborar e desenvolver projeto relacionado à Orientações de Estudos, tendo em vista o atendimento das necessidades especificas de aprendizagem o conceito P foi atribuído por maior número de professores, mas fazendo a leitura do gráfico percebemos que a diferença entre o conceito P e S não é tão grande, que um professor ainda avaliou com conceito NS, o que nos permite dizer que já crescemos com relação ao nosso trabalho de atendimento das necessidades especificas de aprendizagem, mas que precisamos pensar mais e planejar mais para que as ações, muitas vezes discutidas no coletivo se implementem no individual. Não podemos deixar de dizer que mesmo não estando a contento esse objetivo aparece como ponto positivo em nosso trabalho com o letramento, onde muitos professores puderam se envolver e com isso envolver também os alunos, o que favoreceu a aprendizagem dos alunos que nos grupos sala não conseguiam aprender ou que apresentavam dificuldades na leitura ou na escrita. Conforme a fala dos professores, o projeto ainda não está perfeito, mas já está fazendo com que os resultados esperados apareçam.

No quarto objetivo que versa sobre promover a inclusão cultural, utilizando equipamentos e espaços abertos ao público, o conceito P foi unânime. A cada ano temos conseguido efetivar mais e mais esse objetivo. Nossas parcerias estão se solidificando e aumentando, nossos alunos assim como todos que fazem parte do centro tem colaborado de tal forma que nossas saídas culturais fazem parte de nosso currículo escolar. Queremos dizer com isso que tanto nossos parceiros, como nós já temos internalizado que nossas saídas fazem parte de nossa formação.

No quinto objetivo, que é sobre aprimorar o trabalho com a informática a maior parte dos professores avaliaram com conceito S e um professor com conceito NS. Em nossa leitura da análise do gráfico, podemos inferir que o Projeto de Informática já melhorou bastante, caminhamos mais do que nos anos anteriores, porém segundo a fala dos professores, percebemos que há muito que se fazer no que se refere ao planejamento dentro da própria área. “O Projeto de Orientação de estudos em Linguagens e Códigos foi bem gratificante […] apesar do pouco tempo de elaboração e da aplicação. Já o de Informática ainda precisa ser mais bem elaborado porque ficamos sem saber o que cada um desenvolveu com seus alunos”. “[…] A sala de informática foi utilizada este ano com mais organização e participação dos alunos, falta planejamento da área”.

No sexto objetivo que fala sobre oportunizar a convivência, troca de experiências e a inclusão, dentro dos princípios da solidariedade e respeito à diversidade humana, a maioria dos professores avaliaram com conceito P. Desde o inicio de nosso trabalho no Centro estamos discutindo o como trabalhar com a inclusão e o trabalho com as diversidades, porém os frutos dessas discussões estão se efetivando nos últimos três anos tanto nas salas regulares como nas salas de SAAI. O número de alunos atendidos vem crescendo ano a ano e em alguns casos temos conseguido realmente fazer um trabalho efetivo com o nosso público. Nossos alunos, principalmente no final de sua trajetória, têm feito depoimentos que realmente mostram o reflexo de nossos esforços com relação ao respeito às suas diversidades e aprendizagens. Segundo os professores: “A sala da SAAI é muito importante no CIEJA, muitos alunos são beneficiados. Temos que avançar mais para evitar a evasão de alunos”. Outra preocupação que aparece na fala dos professores é a questão da evasão, os alunos desistem por vários motivos, porém com relação aos motivos que somos responsáveis diretamente que é o de atendê-los em suas necessidades individuais, respeitando suas diferenças é o que mais precisamos avançar que é o nosso diferencial: respeito à diferença.

No sétimo objetivo que tem como principio diminuir a evasão, garantindo a flexibilidade de horário e de atendimento, ao olharmos o gráfico, percebemos que a maioria dos professores analisou com conceito S. Apesar da discussão sobre a evasão ter sido enfatizada principalmente, nos anos de 2005, 2006, 2007 e 2008, não demos continuidade a mesma. Algumas ações foram feitas, tais como: pedir para que a secretaria entrasse em contato com o aluno para saber qual o motivo de suas faltas; o próprio professor fazer as ligações para que o aluno percebesse a necessidade de estar presente e ciência de reposição presencial, porém chegamos ao final do ano letivo percebendo que ainda falta mais, pois essas ações precisam fazer parte do cotidiano do Centro, os professores e equipe técnica precisam estar em sintonia para que o aluno sinta o quanto ele também é responsável por sua aprendizagem.

LEITURAS

Durante o segundo semestre fizemos várias leituras, porém as que mais se destacaram e deram maiores subsídios para que pudéssemos discutir nossa formação e nossos objetivos foram quatro. A primeira leitura foi a entrevista publicada na Revista Nova Escola de setembro de 2006 com a Délia Lerner – tema “É preciso dar sentido a leitura”; a segunda leitura foi “Sobre tarefa e a construção do conhecimento” da Madalena Freire do livro A paixão de conhecer o mundo; a terceira leitura foi “A constituição do sujeito e a construção do conhecimento” – referencial sobre avaliação da aprendizagem de alunos com necessidades especiais e a quarta leitura foi a entrevista com a historiadora Selma Rocha sobre o sistema educacional no Brasil Revista E nº 136 – setembro de 2008.

Quando requisitamos aos professores que analisassem as leituras efetuadas encontramos para a primeira leitura o conceito P como maioria. Podemos inferir que essa leitura contribuiu para nossa discussão sobre as questões que colocamos sobre o ensino e a aprendizagem da leitura e da escrita. Alguns professores ainda desconheciam o trabalho da autora. Nessa leitura foi possível perceber que alguns dos procedimentos que já adotamos, há algum tempo precisava de teoria para melhor firmar nossas concepções sobre o que é e o como se dá o ensino da leitura e da escrita. Para os professores que já trabalhavam com a aquisição da leitura e da escrita, professores alfabetizadores, não foi complicado pensar o que a autora traz, porém os professores que são chamados especialistas sentiram mais dificuldades em compreender o como trazer a teoria para prática. Nos grupos as discussões foram produtivas.

Na segunda leitura os professores se dividiram isto é; quase metade avaliou com P e a outra parte com S. Percebemos com isso que ainda há certa dificuldade em leituras que são específicas, que falam sobre a aprendizagem. Os professores apresentam, ainda, certo receio em aceitar as teorias sobre aprendizagem, pois a internalização sobre o como se aprende é algo difícil de mudar. Ocorreram muito avanços, mas ainda temos muito a caminhar sobre essa questão.

Com relação à terceira leitura, que versa sobre a constituição do sujeito e a construção do conhecimento do referencial sobre avaliação da aprendizagem de alunos com necessidades especiais, foi avaliada por todos os professores que estavam presentes no coletivo com o conceito P. Entendemos com isso que esse foi um texto que trouxe a todos uma referência para reflexão. Desde há cinco anos estamos discutindo sobre a aprendizagem de alunos com necessidades especiais e parece pela avaliação dos professores que esse é um assunto que todos, de certa forma, já internalizaram e que faz parte de nosso cotidiano se maiores dificuldades. Já avançados muito e as discussões permitiram que nossa compreensão da aprendizagem de um público específico, que são dos alunos especiais, são e foram bastante produtiva e nos fazem compreender melhor como a aprendizagem ocorre em todos os níveis.

Na quarta leitura que é da entrevista com Telma Rocha e que traz à tona a discussão sobre o sistema educacional no Brasil foi avaliada com conceito P por mais noventa por cento dos professores e apenas um professor avaliou com o conceito S. Isso significa dizer que na leitura desse texto os professores, em grande parte, se identificaram com o mesmo e acreditaram nos benefícios que o mesmo trouxe para nossa formação e ampliação de nossas discussões.

CONSIDERAÇÕES

Quando nos propomos a fazer uma análise quantidade de nossas propostas, tínhamos como objetivo pensar realmente como nossos avanços ocorreram e como nosso grupo o avaliou.

Nossa intenção era pensar como é e como é que o grupo de professores do CIEJA Butantã percebe seu trabalho e o trabalho desenvolvido pela equipe técnica como um todo.

A reflexão que essa avaliação nos trouxe permitiu pensarmos o quanto, e o como, nosso trabalho realmente apresentam resultados positivos e enquanto grupo como temos crescido e fortalecido nossa formação, porém nosso crescimento não é linear ele tem alto e baixo isso só demonstra que enquanto grupo somos seres humanos e enquanto humanos passiveis de mudanças e, contudo os erros nos levam a novas aprendizagens.

Leia também:

A Importância do Trabalho Coletivo na Formação dos Professores da Educação de Jovens e Adultos – Monografia relacionada