Divulgação da Feira de Trocas na escola

Ficha Síntese da Prática Pedagógica

Objetivos da Prática Pedagógica:
reforçar o conteúdo sobre Economia Solidária e Clube de Trocas; desenvolver a escrita na formulação de textos; criar e gravar propagandas sobre a Feira de Trocas do CIEJA.

Característica do grupo a quem foi aplicada a prática:
a turma é bem heterogênea, sendo composta basicamente por adolescentes, adultos, idosos e pessoas com necessidades educacionais especiais em fase de alfabetização e pós-alfabetização.

Dinâmica de trabalho adotada na prática pedagógica:
apresentação de vídeos da Internet sobre os temas discutidos. Revisão sobre propaganda institucional, economia solidária e clube de trocas. Após conversa inicial, recordando os assuntos estudados anteriormente e fixando-os neste momento, partir para produção escrita das propagandas da feira de trocas da escola. Criação escrita das propagandas adequadas à linguagem radiofônica. Ensaio, gravação, audição e avaliação do resultado. Postagem das gravações no blog CIEJA na Rede.

Recursos necessários para aplicação:
vídeos da Internet; computador para visualização, gravação e audição; folhas de papel sulfite para a produção dos textos.

Breve currículo das autoras da prática pedagógica:
Cristina da Silva Ferreira e Célia Aparecida Borges – professoras de Alfabetização e Arte do CIEJA Butantã.

Após as três primeiras experiências com a utilização da propaganda para o rádio, partimos para a finalização desse projeto. Como foi citado no primeiro relato, tínhamos que cumprir quatro etapas: introdução à propaganda como meio de comunicação, discutindo e desmistificando seu uso; desenvolvimento de anúncios utilizando como base os estudos realizados; criação de textos para a produção de propaganda institucional da escola; finalmente, a gravação das propagandas sobre a Feira de Trocas a ser realizada na escola.

A realização das três primeiras práticas foi um sucesso. Todos se envolveram e se esforçaram para que tudo desse certo. Durante essas práticas os alunos procuraram sempre dialogar e escutar com respeito o saber do outro. As experiências foram enriquecedoras, pois procuraram relacionar o que vimos na teoria com a prática dos alunos na realização das produções. Partimos, então, para a etapa final – mas apenas para esse grupo.

Essa experiência só nos mostrou o quanto é importante desenvolver inovadoras e interessantes atividades com os alunos e o quanto eles retornam com satisfação e competência. Acreditamos que é, na verdade, o início de novas práticas pedagógicas na nossa escola.

A atividade do dia tinha como objetivos: reforçar o conteúdo sobre Economia Solidária e Clube de Trocas; desenvolver a escrita na formulação de textos; criar e gravar propagandas sobre a Feira de Trocas do CIEJA.

Iniciamos com a apresentação dos vídeos “Economia Solidária – Comércio Justo e Solidário” e “Clube de Trocas – parte 1 e 2”. O conteúdo dos vídeos (de maneira introdutória) trabalha questões relativas à organização, criatividade, desenvolvimento e princípios de cada definição. Após assistirmos aos vídeos, conversamos um pouco sobre os temas. Não era muita novidade para os alunos, pois já havíamos abordado esse assunto em aulas anteriores: discutimos, no decorrer do semestre, um pouco sobre o capitalismo e sua influência no mercado de trabalho e na vida em sociedade; falamos sobre a economia solidária, explicando suas características e sua maneira diferente de vender, comprar, produzir e trocar as mercadorias produzidas, sempre pensando no bem de todos, com cooperação e sem exploração. Esclarecemos que se trata de uma economia que necessita do envolvimento do grupo, onde cada um é protagonista e verdadeiro sujeito da ação.

Um aluno comentou que isso lhe parecia uma democracia, sem os “poderosos dizendo que tem que ser assim”. Explicamos que, quando todos cooperam e participam, todos crescem e ganham e que a economia solidária é um movimento social que se preocupa com o bem geral.

Os debates contribuíram para esclarecer o funcionamento da economia solidária, uma economia em que o paradigma da competição passa a ser o da cooperação, ou seja, constitui-se numa nova forma de distribuição de renda, onde os resultados são compartilhados pelos participantes sem preconceito nem privilégios. É a inversão da lógica capitalista, pois não há exploração do trabalho. Essa economia apresenta o trabalho como forma de aprender, de crescer e de amadurecer. É uma experiência libertadora.

Em seguida iniciamos uma conversa sobre o Clube de Trocas. Deixamos os alunos exporem suas observações sobre os filmes. Observaram que a produção das pessoas parecia ter mais valor, sendo trocadas por alimentos ou serviços. Explicamos que esse tipo de clube ou feira foi criado em época de crise para tentar amenizar a situação da população carente. O interessante é a forma de intercâmbio sócio-econômico no qual os participantes se reúnem para realizar as trocas. Para isso criam uma moeda própria que somente circula no grupo. As feiras de trocas se constituem numa atividade que caminha em direção à valorização do ser humano enquanto ser social.

Os alunos começaram a fazer projeções sobre a nossa feira. Então aproveitamos o ensejo para explicar a atividade do dia, que teria como objetivo a criação de propagandas sobre a Feira de Trocas do CIEJA, para conhecimento de todos os alunos da escola. Seria um convite aberto a todos para que participem da feira a se realizar nos dias 25, 26 e 28 de novembro.

Formamos os grupos e explicamos o teor dos textos que teriam que produzir. Novamente destacamos as peculiaridades da linguagem radiofônica, que teria que ser simples, clara e acessível aos ouvintes. Reforçamos a importância de se observar esse tipo de comunicação no momento em que estivessem construindo as falas e criando as propagandas a serem gravadas para o nosso Blog.

Detalhamos os procedimentos a serem tomados, bem como os meios de coletar e trabalhar as informações significativas para a feira de trocas. Após os preliminares, os alunos começaram a criar e a escrever os textos. Todas as ideias que iam surgindo eram anotadas para que, num segundo momento, fossem analisadas e triadas para, em seguida, assumirem a roupagem de uma linguagem radiofônica. As gravações tiveram lugar em uma sala específica, sendo então apresentadas aos demais para uma avaliação.

Segundo os alunos, foram muito gratificantes e esclarecedores esses dois aprendizados: a economia solidária e o rádio como meio de comunicação. Acrescentaram que, depois dessa experiência, tomariam atitudes diferentes, tanto no que diz respeito às injustiças sociais quanto à necessidade de se filtrar as informações dos meios de comunicação, sejam rádio, televisão, jornal ou Internet. Quanto ao uso da linguagem escrita e oral, revelaram sensíveis progressos que se refletiam nas produções escolares das demais disciplinas. Enfim, conscientizaram-se da importância de socializar as ideias e de desenvolver redes de comunicação com os demais colegas, respeitando as opiniões para ter as suas também respeitadas. (vide anexo 4)

CONCLUSÃO

As declarações dos alunos são sempre emocionantes posto serem espontâneas. No momento de avaliação dos resultados, todos foram unânimes em ressaltar os benefícios alcançados. Podemos dizer, portanto, que atingimos os objetivos pretendidos: fizemos uma revisão/reforço sobre Economia Solidária e Clubes de Trocas, esclarecendo alguns pontos importantes para a criação das propagandas; quanto à alfabetização, todo o trabalho de escrita acabou por envolver os alunos de tal modo, que os que tinham um pouco de dificuldade acabavam por receber ajuda dos mais adiantados, numa cooperação em que ganharam todos, desenvolvendo o vocabulário e a escrita com suas criações; por fim as gravações dos anúncios sobre a Feira de Trocas do CIEJA materializaram o esforço empreendido.

Ao observarmos a produção e o total engajamento desses alunos, não podemos deixar de nos lembrar de Paul Singer quando ele se refere à economia solidária como uma função social que efetivamente insere as pessoas na produção e na vida social. A cada instante, seja nas reuniões para um planejamento inicial, seja na execução das tarefas ou na avaliação final – percebe-se que, o sentimento que os impulsiona a empenhar-se nesse projeto é o de respeito e valorização. De que outro modo poderiam se orgulhar de seu papel na sociedade, se vivessem à margem dela? Depende de cada um somar-se ao outro para, unindo forças, transformar a luta solitária em uma vitória coletiva!

ANEXOS – Download PDF (12Mb)

Leia também:

  • A Propaganda de Rádio na Educação de Jovens e Adultos – Monografia relacionada
  • Relato 1 – Análise e criação de anúncios
  • Relato 2 – Criação de anúncios para rádio
  • Relato 3 – Propaganda institucional do CIEJA