(Re)conhecer os princípios básicos da economia solidária possíveis de serem incorporados ao dia a dia

Ficha Síntese da Prática Pedagógica

Objetivos da Prática Pedagógica: 
(Re) conhecer os princípios básicos da economia solidária possíveis de serem incorporados ao dia a dia educacional e ao cotidiano: cooperação, solidariedade, troca, união e coletividade; Conhecer o que é projeto e fazer o uso social em situações cotidianas; (Re) conhecer cada uma das etapas básicas de um projeto.

Características do grupo a quem foi aplicada a prática:
Jovens e adultos matriculados no
Módulo III – nível de conhecimento intermediário – Ensino Fundamental II

Dinâmica de trabalho adotada na prática pedagógica:
A metodologia utilizada no CIEJA CL é a investigativa, a qual valoriza o conhecimento do educando; motiva-o a expressar suas hipóteses; pesquisar, selecionar, analisar, associar, relacionar, investigar e refletir sobre dados e informações; comparar e confrontar as descobertas com as hipóteses levantadas, confirmando-as ou não, auxiliando o reconhecimento do educando como sujeito da construção de seu conhecimento e (co)autor do conhecimento coletivo. As atividades são apresentadas em uma sequencia didática, tornando os assuntos abordados significativos e parte do cotidiano.

Recursos necessários para a aplicação:
lousa, caneta ou giz, PC, data show, papel sulfite, papel pardo, textos selecionados, músicas selecionadas, revistas.

Breve currículo do autor da prática pedagógica:
Paulo Luiz Pereira da Silva nasceu em São Paulo, graduado em Letras pela Universidade Paulistana, atua a mais de vinte anos nas redes públicas de ensino estadual e municipal, trabalha na educação de crianças, jovens e adultos.

 

 

Essa experiência também foi aplicada em uma turma de alunos de Módulo III, no início de 2012 e durou quatro dias, equivalendo a oito aulas. Procurando atender às necessidades educacionais e da atualidade o CIEJA – CL implantou, nas segundas-feiras, aulas de projeto. E, foram essas primeiras aulas, frutos deste registro.

Objetivos dessa experiência pedagógica: (Re) conhecer os princípios básicos da economia solidária possíveis de serem incorporados no dia a dia: cooperação, solidariedade, troca, união e coletividade; Conhecer o que é projeto e fazer o uso social em situações cotidianas; (Re) conhecer cada uma das etapas básicas de um projeto.

O público-alvo foi: educandos (as) jovens e adultos pertencentes a turma de Módulo III, deste Centro Educacional.

A metodologia utilizada no CIEJA CL foi a Metodologia Investigativa, a qual valoriza o conhecimento do educando; motiva-o a expressar suas hipóteses; pesquisar, selecionar, analisar, associar, relacionar, investigar e refletir sobre dados e informações; comparar e confrontar as descobertas com as hipóteses levantadas, confirmando-as ou não, auxiliando o reconhecimento do educando como sujeito da construção de seu conhecimento e (co) autor do conhecimento coletivo.

1º Encontro – dia 27/02/2012

Rotina:

  • Frase do dia: “A mente que se abre a uma nova ideia, jamais volta ao seu tamanho original”. (Albert Einstein);
  • Sensibilização: Vídeo “Aquarela” de Toquinho;
  • Dinâmica da ponte (dois grupos precisam atravessar, ao mesmo tempo, em sentidos opostos, uma “ponte” estreita – 5m x 0,2m);
  • Tempestade de ideias a partir da palavra “PROJETO”;
  • Qual o caminho para a realização de um projeto?;
  • Levantamento de possíveis temas para simulação de um projeto.
  • Iniciamos o encontro de hoje com a frase do dia: “A mente que se abre a uma nova ideia, jamais volta ao seu tamanho original”, Albert Einstein.

Antes de iniciarmos a leitura da frase, o professor pediu para os alunos que parassem de copiar a rotina, para realizarem breve discussão sobre a frase. “Cada dia que passa a mente vai ganhando informações novas, e assim, vai se abrindo para novas idéias”, disse o aluno Manuel, “O estudo traz novas ideias às pessoas, transformando-as”, de Beatriz. O professor pegou uma bexiga bem cheia e pediu para que todos prestassem atenção, observando o que iria acontecer. Os alunos ficaram curiosos. Então, a bexiga foi sendo esvaziada bem devagar, até murchar totalmente e perguntou o que havia ocorrido. Eles responderam imediatamente que a bexiga foi esvaziada e estava com cuspe. Novamente, outra pergunta foi feita: “Será que foi apenas isso que aconteceu ou podemos observar outras coisas?”. Um aluno respondeu que a bexiga tinha ficado diferente, mais enrugada. Novo questionamento: “Só isso?”. Depois de alguns segundos outro educando falou: “A bexiga aumentou o seu tamanho”. O professor concluiu que nosso conhecimento poderia ser comparado à bexiga, que quando se enche se transforma e não volta mais ao seu tamanho normal.

Ouvimos a música: “Aquarela”, de Toquinho, como forma de sensibilização para o tema “Projeto” (sem identificá-lo). Em seguida, alguns alunos fizeram comentários sobre o vídeo: “Ideias – são varias ideias na vida da gente, inspiração, aquilo que tenho dentro de mim tem que continuar, trabalhar com idéias poderá programar coisas boas”, Maria Ribeiro; “Temos que criar, planejar as ideias”, Rosilda; “, projetar, praticar, quando eu quero construir alguma coisa, quando tenho necessidade. quando tenho sonho”, Claudio; “imaginação no dia a dia da vida”; “Importante conseguir enxergar as coisas rapidamente”; “realizar um sonho”; “devemos trabalhar inteligência”.

Continuamos as atividades do dia com a realização de uma dinâmica em grupo, a “Dinâmica da ponte”: pegamos a fita crepe, fizemos duas linhas paralelas, com aproximadamente 20 centímetros de distância uma da outra, com cerca de cinco metros de comprimento. Dividimos a turma em dois grupos e colocamos um em cada ponta da linha. Formando duas filas. Informamos que aquelas linhas representavam uma ponte sobre um grande precipício e um aluno de cada grupo deveria atravessá-la, ao mesmo tempo, em sentidos opostos. Não seria permitido colocar os pés fora das limitações demarcadas pelas fitas. Portanto, o grande objetivo era que ultrapassassem a ponte, equilibrando-se e cuidando para não empurrar o colega para o precipício.

Percebemos diversas dificuldades apresentadas pela turma, para a realização da atividade:

  • Falta de diálogo;
  • Receio do contato físico com os colegas;
  • Individualismo;
  • Centralização das decisões;
  • Ausência de perspectiva;
  • Desistência diante dos desafios;
  • Falta de confiança em si mesmo;
  • Falta de confiança no outro;
  • Interrupção das atividades;
  • Concentração e equilíbrio;
  • Pensar mais, planejar as estratégias;

Passados alguns minutos, muitas tentativas e nenhuma solução, uma dupla parou no meio da “ponte”. Todos olharam. Um pediu  autorização para pegar a outra no colo e explicou que a estratégia seria de pegá-la no colo para que pudesse virar-se sem que ultrapassasse os limites, mas precisava de seu consentimento e confiança. Todos ficaram desconfiados e riram. Ele a pegou no colo e se equilibraram, foi virando-se, girando cento e oitenta graus, transportando-a ao outro lado e colocou-a na ponte. Todos aplaudiram.

Perguntamos quais as dificuldades que encontraram e responderam que foi conseguir realizar a atividade e fomos questionando-os até perceberem as dificuldades citadas acima.

Depois, pedimos para que falassem o que aprenderam com a dinâmica e responderam:

  • “Agir em grupo traz melhores resultados”;
  • “Valoriza ações mais humanas”;
  • “Ações em grupo melhora a autoestima”;
  • “Ações em grupo melhora o relacionamento”;
  • “É quase que impossível viver sozinho”;
  • “Decisões coletivas são mais sólidas e duráveis”
  • “Decisões coletivas contribuem para a convivência e bem estar de todos”;
  • “O respeito é algo conquistado socialmente”;
  • “Todos têm importância no trabalho em grupo”;
  • “Sozinho se produz menos e, muitas vezes, interfere na qualidade final”.

Colocamos a palavra “PROJETO” na lousa e solicitamos que dissessem o que a palavra representava ou gerava para eles. Como respostas apresentaram: planejar, sonho, plantar, prosperidade, realização, conjunto, finalizar, chegar ao fim, colocar plano em pratica, construir, mudança de vida, querer vencer na vida, organização, pensar, realizar, concluir alguma coisa, planejamento para muitas coisas, mudar, conquistar, realização, começar, nunca desistir daquilo que começa, ir embora, e não tinha uma resposta definida.

Perguntamos quais seriam as etapas ou fases para a realização de um projeto. Dividimos a turma em vários grupos e solicitamos que discutissem as ideias apresentadas, reorganizassem e reformulassem-nas conforme a necessidade de cada grupo, pois cada grupo iria socializar as respostas construídas.

Os grupos, sem a intervenção do professor, foram socializando as ideias:

1º grupo: Manuel, Carlos, Márcia, Fabiana e Valdívio: união, planejamento, trabalho, colocar em pratica, ampliar o conhecimento (pesquisa), organização;
2º grupo: João, Ingrid, Voneide, Ângela, Neirimar e Neuma: determinação, força de vontade, realização, entendimento, conquistar, conclusão, condições para realizar;
3º grupo: dinheiro, terreno.

Orientamos que não daríamos a(s) resposta(s) naquele momento, pois seria(m) construída(s) no decorrer dos encontros.
Para finalizarmos, pedimos sugestões de possíveis temas para a realização de um projeto. Indicaram: saúde, educação, família, trabalho, drogas, segurança.

Questionamos os alunos para que percebessem a relação entre a frase do dia, o vídeo, a dinâmica, as hipóteses levantadas sobre etapas e temas para a realização de projeto. Eles falaram na importância de usar a criatividade, o trabalho em grupo, o planejamento para a realização de ações que desenvolvam o conhecimento, então, nós, professores, complementamos que esse conhecimento não era apenas o individual, mas também o coletivo, para usarmos nas mais diversas situações no cotidiano.

Nós, professores, percebemos que os temas estavam muito amplos e, para os próximos encontros, deveríamos nos aprofundar nas etapas de um projeto e a escolha de um tema.

2º encontro – dia 5/03/2012

Rotina:

  • Frase do dia: “O que importa na life não é o ponto de partida, but a caminhada. Caminhando e semeando, no end terás o que comer”. (Cora Coralina);
  • Etapas de um projeto: retomada e reflexões;
  • Objetivos e justificativa de um projeto;
  • Construção, cronograma, recursos.

Iniciamos o encontro de hoje com a frase do dia: “O que importa na life não é o ponto de partida, but a caminhada. Caminhando e semeando, no end terás o que comer”. Cora Coralina.

Houve a leitura da frase com as palavras em inglês, as quais foram compreendidas com facilidade por alguns alunos como Valdivio e Irineu, para outros, os professores fizeram a contextualização e questionamento para que pudessem compreendê-las. Também houve os comentários reflexivos referentes à mensagem, aos quais foram relacionados a alguns provérbios. “Devagar se vai longe”, mas se não tiver objetivo e ficar caminhando o tempo todo, sem direção, não chegará a lugar algum. Outro comentário, “Quem espera sempre alcança”, ficar esperando apenas poderá fazer com que não alcance o que se deseja; “colhemos o que plantamos; se plantarmos coisas boas, colheremos coisas boas. Porém para colhermos tem que realizar o cultivo permanentemente”.

Em seguida, perguntamos qual era o nome dado para a “aula” do dia, pois a introdução das aulas sobre projeto foi feita a partir de fevereiro de 2012, isto é, era muito recente para os alunos; após alguns minutos de silêncio, a aluna Márcia disse que era Projeto. A partir daí, retomamos às etapas do projeto, fazendo perguntas como: o que é necessário para construir um projeto? Os alunos levantaram hipóteses e o professor escriba ia anotando na lousa: 1) plano que se deseja realizar (o quê); 2) motivos para realizá-lo (por que); 3) objetivo (metas); 4) recursos (com quê) material humano.

Depois, refizemos a pergunta o que é projeto?

Obtivemos respostas como: projeto é o que eu quero realizar; exemplo: casa, terminar a casa, comprar um apartamento; projeto é o que desejo construir; é o que eu faço quando quero conquistar alguma coisa, algo que necessito para atingir um objetivo; entre outras.

Pedimos para que dessem um exemplo de projeto e suas etapas. Então, formamos pequenos grupos e demos o prazo de vinte minutos para que cada componente de cada grupo expusesse uma sugestão para um projeto. Após todos apresentarem suas ideias ao grupo, este iria selecionar a melhor proposta e socializa-la para os demais grupos.

Esgotado o prazo, solicitamos que os grupos compartilhassem o projeto escolhido. Um dos grupos pediu um tempo maior, mas negamos propositalmente, pois poderíamos tirar algumas lições com aquilo que não deu certo.

O primeiro grupo apresentou o projeto da construção de uma fábrica de roupas, da qual todos os membros do grupo seriam sócios e o objetivo seria deixar de ser empregado e ser o patrão.

Começamos o questionando “Qual é o projeto?”; “Por que fazer esse projeto?”; “Para que fazer esse projeto?”, “Qual é o público alvo desse projeto?”; “Quais os recursos materiais e humanos que serão utilizados?”; “Onde será a fábrica?”; “A instalação será própria ou alugada?”; “Quais as etapas para a realização do projeto?”; “Quanto tempo levará para realizar cada etapa do projeto? E o projeto integralmente?”; “Como será avaliada cada etapa do projeto e quem o fará?” e “Todo o grupo tem clareza do produto final que se pretende construir?”.

Esse grupo explicou o tema, o objetivo e os participantes do projeto, porém as demais perguntas não souberam responder e, à medida que as perguntas iam surgindo, os professores ressaltavam a importância da reflexão sobre cada uma, além de registrarem na lousa o que o grupo havia conseguido ou não. Dessa forma, todos iam percebendo o que havia faltado ou não na simulação da construção do projeto.

Depois pedimos para que o grupo que solicitara mais tempo apresentasse. Obviamente, não conseguiram, pois não desenvolveram o que fora proposto. Imediatamente, intervimos, para que os demais não o discriminassem, dizendo que não tinha problema algum, pois, naquele momento, o que mais importava era refletir sobre o que impediu a realização da proposta da construção do projeto, e isso, serviria de lição não só para o grupo, mas para toda a turma.

Visivelmente foi percebido um alívio do grupo. Começaram esclarecer que nem todos do grupo deram sugestão ou se manifestou sobre a sugestão do outro. Assim, pudemos mostrar que em um projeto nenhum dos participantes pode deixar de opinar, sugerir, criticar. Pois poderá gerar a ideia de não pertencimento ao grupo, favorecendo a não participação, comprometendo o desenvolvimento projeto e a qualidade que se deseja ter em cada etapa e no todo.

Outro grupo iniciou sua apresentação apontando uns aos outros como responsáveis pelo projeto, com o objetivo de responsabilizar o outro pelos possíveis erros. Começando pela ausência de tomada de decisão por uma proposta. Refletimos sobre o fato de que em um projeto você pode mudar a estratégia, mas o objetivo daquilo que você quer não pode mudar. Se você mudar o objetivo mudará aquilo que você deseja construir, reiniciando a construção de um novo projeto, isto é, iniciando do zero.
Não perdemos a oportunidade de refletir também sobre a responsabilidade coletiva do grupo e não individual. Não importava qual era a parte que cada um apresentaria, o mais importante era que a atividade tivesse sido desenvolvida coletivamente desde seu início até sua conclusão, para que todos tivessem ciência de todas as etapas, de tudo que fora discutido, das decisões coletivas que foram tomadas e a apresentação seria apenas consequência de todo esse trabalho e todos estariam aptos a desenvolverem qualquer uma das partes do projeto.

Nesse momento, confrontamos a ideia de coletivo que eles traziam com o trabalho coletivo proposto.

O grupo expôs que a proposta era desenvolver uma casa, pois pagavam aluguel ou moravam em terrenos da prefeitura. Também fizemos questionamentos a exemplo do que ocorrerá com os grupos anteriores e perceberam que para construírem um projeto necessitavam de muitas outras coisas.

Como havia muitos mosquitos atrapalhando a aula, tirando a atenção dos alunos, então, o professor aproveitou a situação para trabalhar as etapas do projeto. Primeiro, propiciando que os alunos refletissem sobre a situação da sala: muito calor, muitos mosquitos e incômodo. Depois, perguntamos o que estava incomodando-os. Responderam que eram os mosquitos, as picadas, a possibilidade de entrarem nas bocas e ouvidos. Continuamos perguntando o que poderia ser feito para resolver essa situação e disseram que poderia colocar telas nas janelas ou ar condicionado, passar produtos químicos na sala. Outra interrogação foi para que desenvolver esse trabalho e falaram que seria para acabar com o desconforto, aumentar a concentração e melhorar a aprendizagem. Em seguida, perguntamos quais recursos seriam disponibilizados, de onde viriam esses recursos, como e quem avaliaria a utilização desses recursos e o desenvolvimento do trabalho, quanto tempo demoraria, qual a ordem das partes ou etapas desse trabalho, o que espera ao final do trabalho, como apresentar o produto final ao público. Muitas perguntas os alunos fizeram, mas o objetivo do momento era sensibilizar os alunos a partir de uma situação real e isso foi muito interessante, pois ajudou muito na ampliação do conhecimento dos alunos sobre as etapas do projeto.

A discussão desenvolvida foi tão rica e pertinente que, por falta de mais tempo, deixamos que os demais grupos apresentassem suas propostas no próximo encontro. Alguns educandos quiseram expressar suas opiniões sobre o que haviam aprendido até o momento com o trabalho desenvolvido pelos professores e alunos: “Muitas pessoas entram para o mundo da violência por falta de perspectiva de vida, por não saberem desenvolver projetos de vida que envolvam questões pessoais e coletivas”; “Um projeto para ser desenvolvido deve ter: tema que é o assunto em que o projeto se inserirá; a justificativa que é o motivo pelo qual o projeto será desenvolvido; objetivos, o que se espera alcançar ao final do projeto; etapas, fases do projeto; recursos, bens materiais e humanos que serão utilizados para o desenvolvimento do projeto; cronograma, prazo que cada etapa será realizada e o prazo para realização do projeto na íntegra; avaliação,  necessária para a verificação de possíveis ajustes, deve ser feita por etapa para evitar acúmulo de problemas ou correções a serem feitas, podendo, até mesmo, prejudicar a viabilidade ou qualidade do projeto se não for realizada adequadamente; apresentação final do projeto; como será apresentado ao público.

Logo após, encerramos as atividades do dia.

3º encontro – dia 12/03/2012
Rotina:

  • Frase do dia: ”The book is uma extensão da memória e da imaginação”. Jorge Luís Borges.
  • Continuação das apresentações das simulações de projetos;
  • Esclarecimento de dúvidas sobre desenvolvimento de projeto e etapas.

 

Iniciamos o encontro com a leitura da frase do dia “The book is uma extensão da memória e da imaginação.”, de Jorge Luís Borges. Os alunos demonstraram facilidade ao traduzirem-na e acrescentaram que concordavam, pois o livro é a materialização de parte do que se pensa, do que se imagina. Pode ser levada para qualquer parte e para qualquer pessoa.

Depois, fizemos um resumo do que ocorrera no último encontro e lembramos que alguns grupos ainda iriam apresentar suas simulações de projetos.

Um dos grupos se prontificou em iniciar a apresentação. Começou mostrando que o tema era segurança e o projeto era trazer mais segurança para as escolas públicas, pois a violência tem aumentado ou aparecido cada vez mais.

Questionamos o grupo como o projeto seria desenvolvido, qual a abrangência e o público alvo, o prazo para a execução, os recursos materiais e humanos disponíveis, as etapas do projeto, como seria avaliado e de que forma seria o produto final do projeto. Curiosamente, o grupo não apresentou respostas, justificando a falta de tempo. Perguntamos se haviam entendido o que era projeto e suas etapas.

Diante disso, não pudemos deixar de intervir, provocando uma reflexão coletiva sobre o que se aprende no encontro e a possibilidade de aplicação em situações que ocorrem no cotidiano. Complementamos a discussão com o tempo como organizar o nosso tempo, potencializando cada instante, não deixando acumular atividades que poderiam ser desenvolvidas anteriormente.

Observamos que a maioria dos alunos tinha entendido a ideia de projeto e suas etapas, porém não aplicaram no dia a dia, pois necessitavam de mais tempo para desenvolrem-nas com segurança.

Já o segundo grupo do dia, aproveitou bem as ideias, “erros” e “acertos” dos grupos anteriores e desenvolveu bem o projeto cujo tema era educação de jovens e adultos. O projeto era o de divulgar e contribuir para que jovens e adultos conheçam o projeto CIEJA e tenham a oportunidade de estudarem e desenvolverem seus conhecimentos, ampliando seus pontos de vista sobre as situações das quais fazem parte. Além de usufruir de um direito básico: o direito à educação. Toda a turma aplaudiu o grupo, pois perceberam que o projeto era viável, não era tão amplo, poderia ser realizado em pouco tempo e, principalmente, poderia ser acompanhado em tempo real pelo grupo, uma vez que os futuros alunos estariam estudando na mesma escola.

Após o esclarecimento de dúvidas, encerramos o encontro.

Segunda-feira  19/03/2012
Rotina:

  • Frase do dia: “The experiência is the name que cada qual dá aos próprios erros”, de Oscar Wilde;
  • Pesquisa – fichamento, resumo, palavras-chave e socialização;
  • Avaliação da aprendizagem.

 

Iniciamos o encontro com a leitura da frase do dia: “The experiência is the name que cada qual dá aos seus próprios erros”, de Oscar Wilde, pelo aluno Manuel, que voluntariamente se propôs a ler e comentar a mensagem da frase. Outros alunos comentaram também, a aluna Fátima e o aluno Alex. Concluíram que aprendemos sim com os erros, e estes passam a fazer parte do que chamamos de experiência. Questionamos os alunos se aprendíamos apenas com os erros e nos responderam com erros e acertos, como o que ocorreu nas apresentações dos grupos. Para finalizar, um aluno concluiu que aprendemos com erros e acertos nossos e dos outros.

Continuamos as atividades colocando uma caixa no meio da sala e, em um dos lados da caixa, estava um apagador. Pedimos para duas pessoas, sentadas estrategicamente em pontos diferentes para descreverem o que estavam vendo. Uma descreveu bem a caixa, que era transparente, e alguns objetos que estavam em seu interior. Depois, o outro aluno além de fazer a mesma descrição, complementou-a com o apagador e suas características.

Perguntamos ao primeiro aluno o porquê de não ter acrescentado o apagador e ele respondeu que de onde estava não foi possível vê-lo. Aproveitamos o exemplo para falar da importância de uma pesquisa. Mostramos que a pesquisa funciona da mesma maneira, por isso, é de grande importância buscarmos fontes diferentes para ampliarmos e diversificarmos pontos de vista sobre um mesmo assunto, favorecendo assim, melhor fundamentação de nossos pontos de vista.

Perguntamos se era comum, depois de pesquisarmos, continuarmos com o mesmo conhecimento. Responderam que não, pois deveríamos sair com mais conhecimento, e afirmamos que era isso mesmo o objetivo da pesquisa: ampliar o conhecimento sobre um  deter minado assunto.

Para trabalharmos a questão do resumo, entregamos um texto para cada grupo mesa e os orientamos para que, depois da leitura e discussão, explicassem para os demais grupos o que havia de mais importante em seus textos. Todos os grupos apresentaram o que fora pedido e demonstraram ter ficado claro o exemplo de resumo e que esse exemplo poderia ser usado em qualquer fonte de pesquisa.

Formamos uma roda e informamos que iríamos conversar um pouco sobre tudo que tinha sido estudado até o momento e gostaríamos de saber o     que eles realmente levariam como aprendizado e que pudesse ser usado no dia a dia.

Uma aluna, a Márcia, foi a primeira a falar. Disse que foi muito importante, pois passou a ter mais clareza de que algumas coisas que ocorreram em sua vida diferente do que esperava possa ter sido em razão de não ter feito um projeto mais coerente, planejado e com todas as etapas para a execução; Depois, o Manuel falou sobre como foi importante para ele perceber a força que um trabalho coletivo tem, como melhora as relações, como distribui o trabalho entre os participantes tornando a responsabilidade também coletiva. Além de aumentar a possibilidade de ter melhor qualidade e resultados; outros alunos falaram da importância de poder desenvolver um projeto para a solução de uma situação que esteja incomodando uma pessoa, a família ou a comunidade; houve também quem frisasse a importância de saber quais as etapas básicas de um projeto, lembrando-se da nossa orientação sobre a existência de grande diversidade de tipos de projetos e os nossos estudos se concentrariam nas características mais comuns, apropriadas ao ambiente escolar principalmente. Assim, foram falando todas as etapas; falaram da importância da solidariedade, da cooperação, da troca e da união na construção de um projeto; da confiança que deve existir entre os membros do grupo no desenvolvimento do projeto.

Concluindo a atividade, encerramos o encontro.

Depois de breve discussão e avaliação dos professores, concluímos que atingimos nossos objetivos propostos de sensibilizar os alunos sobre o que era projeto, as funções de um projeto, as etapas de um projeto, a responsabilidade coletiva em um projeto, o reconhecimento e uso de princípios como união, cooperação, solidariedade e troca, muito presentes na Economia Solidária e possíveis de serem aplicados na educação de jovens e adultos. Os resultados nos trouxeram muita alegria e certeza de que estavam mais bem preparados para desenvolver na prática um projeto, porém a ressalva fica para os professores mediarem seus trabalhos não permitindo que os projetos ganhem muita amplitude, dificultando seu desenvolvimento e execução.

Leia também:

  • A Didática Solidária na Educação de Jovens e Adultos – Monografia Relacionada
  • Relato 1 – Conhecer, reconhecer e compreender a formação cultural