Reflexão sobre processos alternativos de construção, moradia e autoconstrução

Ficha síntese da Prática Pedagógica

Objetivos da Prática Pedagógica:
Pretende-se que o aluno produza um texto individual sobre processos alternativos de construção e em seguida ajude a construir um texto coletivo sobre moradia e autoconstrução.

Característica do grupo a quem foi aplicada a prática:
A classe era formada por alunos em processo de alfabetização (módulo 2) e também por alunos já alfabetizados (módulo 3).

Dinâmica de trabalho adotada na prática pedagógica:

A dinâmica foi dividida em duas atividades:

  • Atividade 1: Inicialmente fizemos uma apresentação no Power Point sobre o que se pode entender por moradia. Em seguida organizamos um debate sobre a apresentação.
  • Atividade 2: Demos sequência à apresentação de Power Point procurando levantar com o aluno qual a relação possível entre alguém que pretende autoconstruir uma casa e o sistema capitalista.

Recursos necessários para aplicação:
Pen drive ou DVD com os slides e um computador com monitor ou acoplado a uma TV que sirva de Monitor. Caso não seja possível o uso da tecnologia citada, imprimir os slides e apresentá-los ou ainda simplesmente fazer a discussão proposta pelos slides, focando o objetivo.

Breve currículo do autor da prática:
Claudio Leão Chaubet, professor do Ensino Fundamental e Médio da Prefeitura Municipal de São Paulo e de outras escolas particulares de São Paulo.

 

ATIVIDADE 1 – CONSTRUÇÃO DO PRÓPRIO ABRIGO – ASPECTOS HISTÓRICOS

Atividade proposta aos alunos

Debate sobre:

  • A ideia de abrigo para se proteger do meio ambiente
  • As características de uma “moradia”
  • A ideia de aproveitamento dos materiais que estão disponíveis no local
  • A partir da apresentação das imagens (slides 1 ao 12 do Anexo II) e do debate que se segue o aluno produzirá  um texto e fará sua leitura em classe sobre quem poderia ser o morador daquelas construções. Como ele vive? Como se alimenta? Ele vai para a escola? Ele trabalha? Que tipo de trabalho ele desenvolve?  Pensamos que alternativamente, se as condições permitissem, os alunos poderiam fazer uma pesquisa na Internet para complementar o texto.

Objetivo: Produção de um texto e fazer sua leitura em classe.

Tempo envolvido: 1h e 30 min. (desde que os slides já estejam prontos para serem acionados)

ATIVIDADE 2

Atividade proposta aos alunos:

Debate sobre:

  • A construção do próprio abrigo no sistema de trocas capitalista
  • Só é possível construir casa com tijolos, areia e cimento?
  • O sistema capitalista deixa que você seja mais do que apenas um consumidor?
  • Você pode construir a sua casa, mas é obrigado a comprar o que o sistema lhe oferece: tijolo, areia e cimento. O que você pensa disso? Converse com seus colegas a respeito.
  • A partir do debate e da reprodução das imagens (slides 13 ao 17 do Anexo II) apresentadas, os alunos produzirão  um texto em grupo de 4 ou 5 alunos sobre a seguinte questão: “e se você não tivesse materiais como cimento, areia, tijolo e ferro, como fariam para construir um abrigo para proteger você e sua família?”

Objetivo:  Produção de um texto coletivo e fazer sua leitura em classe.

Tempo envolvido: 1 h (desde que os slides já estejam prontos para serem acionados)

 

RESULTADOS

1ª Atividade

Os alunos envolvidos eram de diversas etapas de aprendizagem.  Nessa atividade havia alguns alunos que ainda estavam em processo de alfabetização e que por isso apresentaram dificuldade no registro escrito. Para não perder a participação desse grupo, permitimos que eles contribuíssem com a sua experiência simplesmente falando, mas trabalhamos a importância do registro escrito.

2ª Atividade

Durante a aula expositiva com o auxílio de PowerPoint , alguns  alunos disseram que já fizeram tijolos (adobe), outros que já moraram em casa de pau a pique ou coberta com palha.

Observamos que o aluno que vive hoje nas grandes e médias cidades e que geralmente trabalha atualmente no setor de serviços, percebe que o sistema procura ocupá-lo o tempo todo, praticamente obrigando-o a trabalhar muitas horas e recebendo por isso uma remuneração baixa.  que não o deixa com tempo para cuidar das suas própria coisas, isto é, mesmo que o aluno conheça e domine alguma técnica de construção por exemplo, ele acaba abandonando essa prática, ou então num esforço hercúleo junta-se com outros como ele , fazem um mutirão e  constroem os já conhecidos “puxadinhos” mas agora dentro daquilo que o sistema permite, isto é com tijolo, areia e cimento.

Após a discussão em grupo os alunos produzem um pequeno texto sobre as conclusões do seu grupo. Lemos em conjunto essas produções.

Em geral os alunos dizem que já trabalharam com o Adobão, que não é divertido amassar o barro como apresentado nos quadros. Alguém disse sobre um dos quadros que era semelhante àquelas propagandas de cigarro, todo mundo rindo e se divertindo e que isso não era verdade, é trabalho duro.

Leia também:

  • Bioconstrução, Geodésicas e Educação de jovens e adultos – Monografia relacionada
  • Prática 2: Armar o esqueleto de uma geodésica e reconhecê-la como possibilidade de moradia