Cordel e artes plásticas

Objetivos da Prática Pedagógica:

  • Conhecer e explorar as artes plásticas por meios da pintura e do desenho como também outros materiais, isopor, lixa e tecidos;
  • Conhecer a xilogravura, presente na literatura de cordel e sua importância;
  • Ilustrar as poesias com suas pinturas e também para a estampa das bolsas que estão confeccionando.

 

Características do grupo a quem foi aplicada a prática:
Alunos da Eja, idade entre 20 a 70 anos que vivem proximos a escola situada no Jardim Ipê, na cidade de São Bernardo do Campo, São Paulo.

Dinâmica de trabalho adotada na prática pedagógica:
Alunos farão desenhos relacionados aos temas da poesia. Depois passarão estes desenhos para o isopor se preocupando em contornar o desenho na bandejinha de forma a deixar funda estas marca sem furar o isopor, ela funcionará como um carimbo no papel ou tecido (sobras de bandejinhas que se compra frios ou carne nos mercados e tecido de algodão)
Ulilizando o rolinho para pintura, pintarão o isopor e logo depois carimbam o tecido ou papel, para que as marcas do desenho apareçam no suporte. Precisa deixar secar de um dia para o outro.
A professora irá escanear estes desenho para que depois eles possam inserir no texto do cordel, isto já na sala de informática.
Foram utilizadas para esta atividade três aulas.
Se for utilizar a técnica da lixa, os aluno desenharão na lixa com giz de cera e depois a estampa para o tecido é feita com ferro de passar morno. Coloca –se a lixa por baixo com desenho virado para cima coloca-se o tecido e passa-se o ferro até o desenho sair no tecido.

Recursos necessários para aplicação:
Desenhos como guia para os alunos ou seus próprios desenhos, isopor (bandejinhas que vem com produtos em mercados), tecido de algodão, rolo pequeno de espuma, tinta guache sem diluir, lixa de madeira ( outra técnica de pintura), ferro de passar roupa.

Breve currículo do autor da prática pedagógica:
Sandra Cristina Silvestre – Professora de Ensino Fundamental I, exercendo o cargo há 11 anos no municipio de São Bernardo. A maior parte trabalhando com crianças de ensino fundamental do 1 º ao 5 º anos e há três na EJA. Formada em Pedagogia, também com especialização em Educação Especial Inclusiva. Experiencia como Coordenadora Pedagógica em outra Instituição Governamental.

As próximas aulas foram trabalhos artísticos. Utilizamos como referencia a xilogravura para confeccionarmos nossas imagens para inserir no livro de poesia que será impresso e encadernado, e também estas estampas em tecidos serão costurados nas bolsas ecológicas, e os próprios alunos farão este processo, pois são estes produtos que irão para o clube de trocas da turma.

Utilizamos três suportes para as estampas dos tecidos – a lixa e o ferro de passar roupas, o isopor reaproveitado (embalagens que já foram utilizadas). Um dos processos foi feito da seguinte forma:

Para esta aula, os alunos já com os desenhos feitos em papel, passaram para o isopor ou sabão a gravura com lápis fazendo contorno profundo no suporte, assim marcando o material como se fosse um negativo para o desenho final.

Com rolinhos de pintura, passaram no isopor a tinta, do lado esculpido, de forma a cobrir todo o espaço, logo em seguida carimbaram o papel e depois os  tecidos.

Nesta aula, os suportes deverão descansar para secagem. Depois, num outro dia, montaremos as páginas do livro. Este tecido (imagem) será escaneada na sala de informática para depois os alunos inserirem na pagina do livro (sua poesia).

 

 

No caso da técnica com a lixa, o processo foi feito não com tinta e sim com giz de cera. O desenho é feito direto na lixa e pintado com o giz de cera de maneira que fique bem coberto bem giz. Para estampar o tecido, é necessário colocar a lixa com a pintura em contado com o tecido e passa-se o ferro quente em cima até todo o desenho ser estampado.

 

Depois das estampas prontas e já utilizadas na informática (imagem digitalizada para inserir nas páginas do livro). Colamos as estampas nas bolsas de tecido que serão utilizadas pelos alunos, cada um terá a sua para compras no mercado.

Abaixo as fotos das bolsas, e alguns cordeis escritos pelos alunos.

O viajante  do sertão

Corro tanto  nessa vida
Para  pode  ganha o pão
Senti sede senti fome
No caminho do  sertão

Olho tanto para  frente
Sem esquecer da minha gente
Peco  muito a meus pais
Que me abençoe  muito mais

Vejo toda essa  gente
Sofrendo com toda  essa  enchente
Podemos ser muito valente
Contando com esse povo inocente

Passeando pelo sertão
Nesse caminho  de chão
Viajando em cima  de um caminhão
Sentindo muita emoção
Aluno Italo

Minha  chegada  em São  Paulo
Um  dia minha terra eu tive que deixar
Tempo dificio, ate hoje não gosto de lembrar.
Meus amigos tive que abondonar
 em são paulo para eu navegar.

Foi o meu ingano aqui  me pus a  inzolar
 sem nei um amigo para me ajudar
 quando a dor abatia, vontade tinha
De minha terra voutar .

Mais como eu dissi não tinha ninguem  para me ajudar
Vierão os filhos  onde o sofrimento se pos a almentar 
Pois  bem na quela epoca não podia  trabalhar
Pois da cidade de são paulo  nada nada conhecia (…)
Aluno Joca

Meu  cordel

Eu  me chamo   Fabiana
sou  uma  mulher  mineira
Vou  contar  uma  história
de  uma   pessoa   brasileira

Eu  vim   pra  São  Paulo
O  medo  me  habitava
Mais  logo  me  acostumei
meu  marido  me  consolava

Tive  cinco  filhos  que  e 
um  grande  presente  de  deus 
eles  me  da  muita  alegria  
e  sei  que  são  meus

 assim que cheguei aqui passei 
por  algumas dificuldade 
trabalhei  e  lutei  bastante 
daquele  tempo  não  tenho  saudade

eu  e  meu  esposo  lutemos 
para  nossos  filhos  criar 
agora  que cresceram
todos   eu  voltei  a  estudar

ao passar  do  tempo 
meus  filhos  foram  casando 
sou  vó  e  ate  bisa  com  a  ajuda  de  deus  assim  nos se  realisa

meus   quatro   filhos  estudaram  
tem   ate  a  faculdade 
 com   muita   luta   e   esforco  
hoje   vive   uma    bondade
Aluna Fabiana