PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA DA ÁREA DE CONHECIMENTO: CP (Ciências e Pensamento)
Objetivo: Compreender a importância da solidariedade nas questões da saúde.
Frase: “Nós devemos fazer da vida e do tempo o que de melhor nós pudermos. Todos os dias”. Betinho
Leitura Inicial: Riqueza Infalível (Conto da Índia) do livro O Homem que contava Histórias de Rosane Pamplona e Sonia Magalhães.
SENSIBILIZAÇÃO: Imagens Diversas
HORA DE FALAR: SAÚDE
SITUAÇÂO PROBLEMA:
“Liberado de um hospital psiquiátrico, o ingênuo Breno é obrigado a passar a noite num albergue onde conheceu Marcos, que perdeu emprego e foi abandonado pela família. Tornam-se grandes amigos e tentam ganhar a vida de uma maneira digna, valendo-se do bom humor para conseguir uns trocados limpando pára-brisas nas ruas próximas à Av. Brasil, no bairro dos Jardins. Vão juntando dinheiro para começarem uma nova vida, mas a esquisofrenia de Breno impede que os amigos consigam realizar seus sonhos”
NOSSAS IDEIAS:
1. Que problemas os amigos devem enfrentar no trabalho das ruas?
2. O que pode ser feito para resolver o problema de Breno e seu amigo Marcos?
PROCURANDO RESPOSTAS:
Antes da exibição: Por que o filme tem esse nome?
Onde será que acontece?
Exibição do Vídeo – Documentário ILHA DAS FLORES
Antes da exibição: Por que o filme tem esse nome?
Onde será que acontece?
Um tomate é plantado, colhido, transportado e colocado à venda num supermercado, mas apodrece e acaba no lixo. Acaba? Não. Ilha das Flores segue-o até seu verdadeiro final, entre animais, lixo, mulheres e crianças. E então fica clara a diferença que existe entre tomates, porcos e seres humanos.
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Ficha de Informações do Filme
Título: Ilha das flores
Duração: 12 min e 0 seg.
Ano: 1989
Cidade: Porto Alegre UF(s): RS País: Brasil
Gênero: Documentário
Subgênero: Suspense
Cor: Colorido
Número do CPB: 05003541
QUESTÕES DE REFLEXÃO
1) É possível mudar a realidade apresentada no filme “Ilha das Flores” espalhadas pelo país?
2) Que contribuições solidárias a sociedade pode fazer para mudar essa situação?
Texto 1.
África, a casa de todos nós. O primeiro homem foi africano, por isso, entender esse continente é entender um pouco o que somos. Cinquenta e quatro países, quase 900 milhões de habitantes, mais de mil idiomas. Vamos conhecer, então, o significado de uma palavra que é usada em vários países da África?
UBUNTU
Contam que um antropólogo estava estudando os usos e costumes de uma tribo da África chamada Ubuntu e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Sobrava muito tempo e ele resolveu propor uma brincadeira para as crianças, que achou ser inofensiva.
Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou debaixo de uma árvore. Ele chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse “já!”, elas deveriam sair correndo até o cesto e, a que chegasse primeiro, ganharia todos os doces que estavam lá dentro.
As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse “Já!”, instantaneamente todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.
O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou por que elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces.
Elas simplesmente responderam: “Ubuntu”, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?”
Ele ficou desconcertado! Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo, e ainda não havia compreendido, de verdade, a essência daquele povo. Ou jamais teria proposto uma competição, certo?
Ubuntu significa: “Sou quem sou, porque somos todos nós!”
Atente para o detalhe: porque SOMOS, não pelo que temos…
UBUNTU PARA VOCÊ
PARA REFLETIR:
1. Podemos relacionar essa história com a história dos dois trabalhadores de rua?
2. O que fazer sabendo-se que um tem sérios problemas de saúde?
Texto 2.
Economia solidária, saúde mental e trabalho em uma cooperativa de confecção de Porto Alegre
No sistema capitalista, muitas pesquisas analisaram e descreveram a relação entre a organização do trabalho e os danos à saúde mental dos trabalhadores. No Brasil, atualmente, as transformações que o trabalho vem sofrendo impulsionaram novas propostas para gerar emprego e renda a um grande número de trabalhadores, desempregados, fora do mercado formal de trabalho. Esses trabalhadores encontraram a reinserção social através de experiências econômicas de caráter solidário. Mas o trabalho solidário somente é possível com novas formas de organização do trabalho e de relação com a produção. Essas formas, para tornarem-se uma organização econômica inovadora, devem construir também uma nova relação com a saúde e o trabalho, possibilitando uma organização autogestionável, controlada pelos trabalhadores. Esta pesquisa aborda as vinculações entre o prazer e/ou sofrimento e a organização do trabalho no cotidiano dos(as) trabalhadores(as) de uma cooperativa. Como proposta do estudo articulamos uma interpretação macrossocial com uma análise microssocial nas atividades de corte, costura e serigrafia desenvolvidas no empreendimento solidário. Obtivemos, como considerações finais, a identificação dos trabalhadores com o cooperativismo, bem como a possibilidade das relações solidárias e do gerenciamento transformando o sofrimento em prazer, favorecendo a saúde mental através da rediscussão constante da organização do trabalho e da criação de novos modos de viver o trabalho.
PARA SABER MAIS:
1. Visita ao Banco de Sangue do Hospital Público de Campo Limpo
Ao trabalhar a questão sanguínea, isto é, mostrando aos educandos como se forma o sangue e fazendo os alunos descobrirem a sua tipagem, percebemos que houve envolvimento do grupo ao executar essa experimentação e o mais importante é o empenho desses para lidar com o material, toda sala se envolveu com curiosidade e expectativas.
Em uma de nossas Oficinas propusemos aos alunos de visitarmos o Hospital de Campo Limpo que atende toda essa região da Zona Sul. Foi percebido que existe uma grande circulação de pessoas por conta da demanda local formada por uma população trabalhadora, carente e vítima de serviços públicos de qualidade.
No Hospital nos dirigimos ao Banco de Sangue e lá fomos bem recebidos pela equipe que cuida dessa área, nos explicaram como é o procedimento de coletagem, tranquilizando os alunos. O trabalho de coleta de sangue atende as normas padronizadas de higiene e catalogação. Houve esclarecimentos da importância e necessidade que os bancos de sangue têm de doadores para um gesto de humanização, isto é salvar vidas.
Diante dessa sensibilização, os alunos se prontificaram a doar sangue, passando por todo procedimento de triagem e ao sair da sala uma das alunas afirmou “agora estamos começando o projeto laços”. Pois essa aluna e outros que vivenciaram a atividade tiveram um olhar social, entendendo com isso a construção da cultura do Projeto Laços.
O Projeto Laços dentro dessa Unidade Escolar tem entre os objetivos desenvolver ações pedagógicas, socioculturais o significado de laços e do símbolo que representará para toda a comunidade escolar, além de fortalecer a autoestima, a cidadania, o olhar da eticidade nas relações interpessoais, e ainda vivenciar a vinculação afetiva favorecendo o sentimento de pertencimento com vidas.
2. Visita à Associação Resplendor
Dando continuidade ao nosso trabalho de estabelecer laços com a comunidade local nos dirigimos a uma Instituição que trata de pacientes aidéticos, pois está localizada nas imediações de nossa Escola, especificamente no Parque Santo Antonio.
Trata-se de uma Casa de apoio aos portadores do vírus HIV que tem como missão tratar e reintegrar as pessoas que lá estão em tratamento através de ministração da medicação, cultura e lazer. Tendo em vista, que as pessoas em tratamento são rejeitadas por suas famílias.
Fomos bem acolhidos pela coordenada e sentimos que passam por dificuldades econômicas e de infra estrutura. Apesar dessa condição tentam resgatar a autoestima dessas pessoas vitimadas pela doença.
No local os alunos notaram uma frase na entrada e fizeram associação com o começo dos encontros na Escola, e mais uma vez fortalecendo a nossa continuidade dentro do Projeto Laços:
“Que a força do medo que tenho,
Não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito.
Mas a outra metade é silêncio”.
Os alunos foram sensibilizados ao se deparem com as pessoas do local que deram depoimentos ou testemunhos de vida. Um deles argumentando que “só consigo ver sentido na vida agora” e com isso o grupo de alunos presente acredita que é possível eles ajudarem essas pessoas a se reerguerem com motivações de autoestima, na despedida fizeram agradecimentos e com carinho realizaram leituras de poesias.
Percebemos que essas visitas realizadas com os alunos aproxima todo trabalho do CIEJA Campo Limpo com a Economia Solidária. Esses gestos de solidariedade nos motiva para grandes revoluções humanas.